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#NãoSomosEscravosDaModa

Manifesto alerta para a importância de condições de trabalho dignas na indústria têxtil

oferecido por Selo Publieditorial

Assista!

Na mesma semana em que a cidade sedia a São Paulo Fashion Week, outro evento relacionado à moda promete ensinar bastante sobre essa indústria aos entusiastas do assunto -- e a quem mais chegar. De 20 a 23 de outubro, a Avenida Paulista recebe a instalação #NãoSomosEscravosDaModa, que é parte do projeto de erradicação do trabalho escravo no Brasil e integra a campanha Somos Livres, promovida pelo Ministério Público do Trabalho (MPT).

Em um espaço interativo aberto ao público, os visitantes serão convidados a entrar em uma instalação que simula uma fábrica de roupas. Por lá, poderão vislumbrar as condições precárias às quais milhares de trabalhadores do setor são submetidos até hoje. Além dessa experiência, outros três cenários oferecem uma imersão no tema, alertando sobre as melhores práticas para quem ama tendências fashion mas não quer ser ou fazer vítimas da moda.

Segundo dados da pesquisa The Global Slavery Index 2018*, a indústria têxtil é a que mais explora trabalhadores em situação análoga à escravidão em todo o mundo, perdendo apenas para o setor de tecnologia.

Por quê importa tanto?

Catarina von Zuben, procuradora do MPT na Coordenadoria Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo explica a importância da iniciativa: o trabalho escravo nunca deixou de existir no Brasil e, na indústria da moda, está sempre mais perto do que a gente imagina. ?Os preços na moda perdem competitividade quando a empresa paga direitos aos funcionários, colocando em risco a vida e a saúde do operário, violando as normas de higiene, saúde, segurança, alimentação e moradia. Tudo isso desencadeia uma concorrência desleal -- e desprestigia uma cadeia limpa de produção?, explica.

Para von Zuben, o trabalho clandestino é o responsável pela criação de ciclos viciosos que envolvem desde coiotes à dura realidade de crianças que não vão à escola porque ficam presas às oficinas com as mães. ?A situação provocada por essas condições é completamente oposta a tudo o que a moda deveria ser: alegre, livre, criativa?, completa.

Ao consumidor de moda, de acordo com a procuradora, cabe prestar atenção à origem do que vemos nas lojas. Fortalecer os negócios locais é sempre uma boa alternativa porque, desta forma, é possível saber quem faz e como é feita cada peça de roupa comprada. Além disso, von Zuben explica que é possível consultar, através de aplicativos, quais são as marcas de roupas que nunca foram autuadas por uso de mão-de-obra escrava. Um bom exemplo deles é o Moda Livre.

Como denunciar?

De acordo com os dados do MPT, as pessoas em situação de maior vulnerabilidade na indústria da moda no Brasil são imigrantes. ?Identificar alojamentos de exploração é relativamente fácil. Eles costumam reunir uma quantidade grande de pessoas em casas pequenas e discretas?, explica Catarina von Zuben. Diante de situações suspeitas, qualquer pessoa pode fazer uma denúncia anônima neste link.

O que esperar do evento?

Além da instalação, outros três cenários merecem sua visita

Exposição "Costurando Dignidade"

Idealizada pelo fotógrafo Chico Max, a mostra traz dezoito retratos de mulheres que já foram submetidas a situações de exploração em oficinas de costura.

Loja da Somos Livres - em parceria com o Projeto Deslocamento Criativo

Contando com produtos confeccionados por imigrantes e refugiados, o espaço prova que é possível incentivar e promover o trabalho inclusivo na moda brasileira.


Sobre o Projeto Deslocamento Criativo: é um projeto de impacto social, concebido para mapear, difundir e apoiar o desenvolvimento de refugiados e migrantes que atuam na área da Economia Criativa na cidade de São Paulo, inicialmente. Para começar, obteve o apoio do ProAC Editais. Uma vez identificado as carências de cada migrante, de cada área, para se desenvolver profissionalmente, busca parcerias dispostas a auxiliar nesse processo de empoderamento.
http://www.deslocamentocriativo.com.br/

Ciclo de mesas redondas

Composto por especialistas do Ministério Público do Trabalho e personalidades como a jornalista e apresentadora Astrid Fontenelle, que será mediadora do talk de abertura dia 19, somente para convidados.

Confira a programação:

Dia 20 - Construindo a dignidade na moda

Registro de boas práticas e perspectiva para a mudança de paradigma das relações de trabalho na indústria da moda, com foco na erradicação da escravidão. MEDIADOR: Caio Braz. CONVIDADOS: Lea T., Dudu Bertholini, Alice Wegmann + Dra. Catarina Von Zuben (MPT) + André Roston (MTB).

Dia 21 - A representatividade negra na moda e o enfrentamento da escravidão

A conversa será sobre o racismo estrutural que atinge o universo da moda -- e suas conexões com o trabalho escravo. MEDIADORA: Fernanda Paes Leme. CONVIDADOS: Luedji Luna, Alline Cury (Glamour), Dan Ferreira, Susana Barbosa (Jornalista de moda) + Dra. Elisiane dos Santos (MPT) + Valdirene de Assis (MPT)

Dia 22 - O ponto cego da moda: a questão da cadeia produtiva

Discussão sobre a organização produtiva na indústria da moda e as violações de direitos dos trabalhadores em cada fase, bem como a responsabilidade das empresas. MEDIADORA: Fernanda Paes Leme. CONVIDADOS: Daniela Falcão, Paola Antonini, Silva, Elô Artuso (Fashion Revolution) + Dra. Christiane Vieira Nogueira (MPT) + Dra. Tatiane Leal Bivar Simonetti (MPT).

Dia 23 - Moda sustentável e inclusão social

Um bate-papo sobre a diversidade humana na moda, em suas várias etapas (desde a produção até as vitrines e o consumo), abrangendo questões de gênero, nacionalidade e outros fatores discriminativos. Os participantes também serão convidados a refletir sobre o desenvolvimento sustentável na moda, pensando no impacto natural, social e trabalhista. MEDIADORA: Astrid Fontenelle. CONVIDADOS: Caio Braz, Maria Rita, Lea T, Marco Pigossi + Dra. Sandra Lia Simon (MPT) + Dr. Gustavo Tenório Accioly (MPT).

Serviço:

Data: 20 a 23 de Outubro
Local: Casa Paulista 1811 ? Avenida Paulista, 1811
Horário de Funcionamento: 11h00 às 19h00
Entrada Gratuita
Classificação Livre
WWW.SOMOSLIVRES.ORG

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