Diretora dá dicas preciosas

Comandante da Swarovski na América Latina tem ex-chefe como mentor e mergulho, como hobby e treino cognitivo

Dinalva Fernandes Colaboração para Universa
Carine Wallauer/Universa

Comandar uma grife centenária e ainda mantê-la atualizada é a tarefa de Mônica Orcioli, a diretora-geral da Swarovski Professional na América Latina. Nomeada para o cargo há sete anos, essa paulistana de 51 expandiu o mercado da empresa austríaca para Colômbia, Chile, Peru e Argentina e, com isso, triplicou seu faturamento.

Mônica foi bailarina clássica profissional até os 21 anos, época em que concluía a faculdade de marketing. Resolveu abandonar a dança (mas, dela, traz a disciplina) e trabalhou em diversas empresas nas áreas de desenvolvimento comercial. “Que foram fundamentais para que chegasse até aqui”, diz ela. Hobby e aprendizado: mergulhar. “O mundo marinho me ensina muito, porque nele, exercito o autocontrole. Uma decisão errada ali custa bem caro.”

Quais foram os seus principais feitos como chefe?
Entrei na Swarovski como diretora-geral no Brasil há seis anos e fui nomeada para cuidar de toda a América Latina.

Ampliei nossa cobertura para Colômbia, Chile, Peru e Argentina, além de desenvolver produtos voltados ao mercado corporativo, como brindes, por exemplo. Esse segmento representa 28% do negócio da Swarovski no Brasil.

Quais erros cometeu como chefe? E o que aprendeu com eles?
Sou hiperativa. Muitas vezes, não analisei uma situação com profundidade ou esperei a poeira baixar para tomar uma decisão. E tomei a errada. Com a maturidade, ouço a equipe, os clientes e peço conselhos do meu chefe e de amigos.

Na sua área, quais as vantagens que uma chefe mulher leva?
Somos mais sensitivas.

A mulher é capaz de captar detalhes subliminares. Isso nos ajuda a entender com mais facilidade o que está acontecendo no ambiente.

Com quem uma chefe mulher normalmente pode contar dentro da empresa?
Me cerco da equipe e, principalmente, do meu chefe, que fica na matriz, a Áustria. Essa prática me rendeu ter ex-chefes como mentores.

Arquivo pessoal

Na sua experiência, mostrar fraquezas ajuda ou atrapalha?
Ajuda. Recomendo que haja um canal entre liderança e liderados para dividir as inseguranças. Isso faz com que todo mundo aumente a autoconfiança. Uma das melhores formas de se desenvolver é reconhecendo o que ainda não está bom.

Qual é a sua estratégia para ter hobbies, passar bons momentos com quem você gosta e estudar?
Fiquei grávida no ambiente corporativo, mas tirei licença maternidade e cuidei de filho doente como toda mãe deve fazer. Meus filhos têm 21 e 23 anos e, até hoje, o que me guia é ter coragem para priorizar o lado que está precisando mais naquele momento, o profissional ou o familiar. Gosto de dançar balé clássico e de mergulhar.

Arquivo pessoal Arquivo pessoal

O mundo marinho me ensina muito porque, nele, exercito o autocontrole: qualquer decisão errada ali custa bem caro.

Enfrentou preconceito por ser mulher?
Sim. Houve oportunidades que não me foram oferecidas por ser mulher e tive colegas homens que exerciam a mesma função que eu, mas ganhavam salário maior.

Curtiu? Compartilhe.

Topo