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Outdoor do TGV gera queda de braço entre prefeitura de Béziers e feministas

Getty Images
Imagem: Getty Images

Da RFI

20/11/2018 19h54

A decisão saiu nesta terça-feira (20) à noite, mas a polêmica durou semanas na França. Especificamente na cidade de Béziers, no sul do país, tradicional reduto da extrema-direita francesa desde 2014. A Justiça deu finalmente razão à prefeitura da cidade no caso de uma campanha publicitária que irritou as feministas da França: o outdoor mostrava uma mulher amarrada nos trilhos de uma locomotiva a vapor, que está para chegar. Embaixo da imagem, a frase: “Com um TGV [trem de alta velocidade francês] ela teria sofrido menos”.

Uma série de grupos feministas da França atacaram a cidade de Béziers na Justiça sobre o conteúdo desta campanha, que seria “sexista, violento e misógino”.  Seja nas ruas ou nas redes sociais, milhares de mulheres francesas demonstraram seu incômodo com os dizeres e a sugestão da publicidade, um ano após a eclosão do movimento feminino mundial #MeToo, que denunciava o assédio e violências contra a mulher em todas as partes do globo.

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O polêmico cartaz, criado em dezembro de 2017, "não é uma promoção da violência contra as mulheres", apesar do fato de que alguns podem tê-lo considerado como parte de um "humor questionável e provocativo", observou o Tribunal Administrativo de Montpellier (Sul) em um julgamento transmitido pela Câmara Municipal.

"Os cartazes que causaram o conflito foram projetados para promover o lançamento de uma linha de TGV para Béziers, que é um objetivo de interesse geral", declarou o tribunal, rejeitando os argumentos das seis associações feministas francesas, como "Les Chiennes de Garde" e "Oséz le féminisme", que atacaram judicialmente o prefeito, Robert Ménard.

O outdoor também provocou a indignação de muitos políticos, como a Secretária de Estado para a Igualdade entre Homens e Mulheres, da França, Marlène Schiappa, que denunciou uma "campanha mais uma vez odiosa”.

O prefeito Robert Ménard chegou a mandar remover os outdoors no dia em que foram colocados, após o clamor público contra as imagens.