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CEO da CBS é acusado de abuso sexual por mais mulheres em reportagem da New Yorker

Leslie Moonves, atual chefe da emissora norte-americana CBS - Getty Images
Leslie Moonves, atual chefe da emissora norte-americana CBS Imagem: Getty Images

Kenneth Li

Da Reuters, em Nova York

10/09/2018 11h35

Seis outras mulheres fizeram acusações de agressão e assédio sexual contra o diretor-presidente da CBS, Leslie Moonves, em reportagem publicada neste domingo (9).

As novas divulgações ocorrem no momento em que a empresa de mídia negocia a saída do executivo, seguindo reivindicações semelhantes feitas anteriormente por outras seis mulheres contra Moonves.

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Os incidentes, que as mulheres disseram ter ocorrido entre os anos 80 e início dos anos 2000, foram publicados em uma reportagem da revista New Yorker e incluem alegações de sexo forçado, exposição não-requisitada do corpo (por Moonves) e uso de violência física e intimidação.

Os nomes das seis mulheres foram divulgados. A Reuters não conseguiu obter contato com elas para comentar o assunto.

Moonves, que tem 68 anos, ingressou na CBS em 1995 e se tornou CEO em 2006, também não foi encontrado para comentar as novas alegações neste domingo. Em uma declaração para a revista, Moonves reconheceu três dos encontros, mas disse que eles eram consensuais.

"As terríveis acusações nesta reportagem são falsas", disse Moonves à "New Yorker".

"O que é verdade é que eu mantive relações consensuais com três das mulheres há mais de 25 anos, antes de vir para a CBS. E nunca usei meu cargo para impedir o avanço ou a carreira das mulheres. Nos meus 40 anos de trabalho, nunca ouvi falar de tais acusações perturbadoras. Eu só posso supor que elas estão surgindo agora pela primeira vez, décadas depois, como parte de um esforço conjunto para destruírem meu nome, minha reputação e minha carreira."

A CBS disse no domingo que leva essas alegações muito a sério.

"O Conselho de Diretores da CBS está comprometido com uma investigação completa e independente das alegações, e essa investigação está em andamento", disse o conselho da empresa de mídia em um comunicado.

A emissora anunciou a saída imediata de Leslie Moonves do cargo. 

A CBS informou em um comunicado publicado em seu portal a empresa e Moonves vão doar imediatamente 20 milhões de dólares a uma ou mais organizações que apoiem o movimento #MeToo e a igualdade de gênero no trabalho.

A emissora indicou que o dinheiro virá de uma eventual indenização de saída para Moonves, que não será entregue até que sejam revelados os resultados de uma investigação das denúncias encomendada pela CBS.

Há rumores de que Moonves poderia receber 100 milhões de dólares em ações. Seu contrato prevê uma indenização de saída de 180 milhões de dólares. Mas também poderia não receber nada.

A CBS afirmmou em um comunicado que na atual situação "não pagará nenhuma indenização".

Uma das acusadoras de Moonves, Jessica Pallingston, afirmou a "New Yorker" que pagar uma indenização seria "completamente repugnante".

(Com informações da AFP)