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Candidatos transgêneros em número inédito podem fazer história em primárias dos EUA

Getty Images
Imagem: Getty Images

Daniel Trotta

da Reuters

10/08/2018 11h48

Candidatos transgêneros, que concorrem a cargos públicos em número inédito nos Estados Unidos neste ano, podem fazer história nas eleições primárias garantindo indicações do Partido Democrata para disputas em três Estados.

Kim Coco Iwamoto disputa a indicação do partido para vice-governadora do Havaí no sábado, Christine Hallquist lidera a arrecadação entre os democratas que concorrem na terça-feira à indicação para o governo de Vermont, e Alexandra Chandler é uma de 10 democratas que concorrem no terceiro distrito congressional de Massachusetts no dia 4 de setembro.

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Qualquer uma delas seria a primeira pessoa abertamente transgênero a conquistar a indicação de um grande partido para esses cargos nos EUA.

"De fato reconheço a importância histórica", disse Christine em uma entrevista. "Dito isso, as pessoas de Vermont me elegerão pelo que eu trarei a Vermont. Muito poucas pessoas votarão porque eu sou transgênero".

As eleições acontecerão em um momento de incerteza para os direitos dos transgêneros nos EUA, que aumentaram durante o governo do presidente democrata Barack Obama, mas foram revertidos pela gestão do presidente republicano Donald Trump, em uma vitória de conservadores religiosos que só reconhecem os gêneros sexuais tradicionais.

O governo Trump vem tentando impedir transgêneros de servirem nas Forças Armadas, revogou a proteção antidiscriminação para transgêneros no ambiente de trabalho e rescindiu diretrizes que instruíam escolas públicas a permitirem que alunos transgêneros usem os banheiros que preferirem.

Neste ano 43 candidatos transgêneros concorreram a cargos públicos em todos os níveis nos EUA, a maioria democratas, mas alguns como independentes, postulantes do Partido Verde ou para cargos apartidários, segundo Logan Casey, assistente de pesquisa da Escola de Saúde Pública T.H. Chan de Harvard.

Só quatro deles venceram primárias até agora, todos em disputas estaduais, e têm uma eleição geral adiante. Dezesseis perderam nas primárias ou nas eleições gerais, e 23 ainda serão submetidos à escolha dos eleitores, mostrou a pesquisa de Casey.

Os candidatos transgêneros estão torcendo para capitalizar o ano transformador de 2017, quando ao menos 10 conquistaram cargos em todo o país, desde legislaturas estaduais até comitês de zoneamento -- o maior número já registrado.

O Centro Nacional pela Igualdade dos Transgêneros está apoiando alguns candidatos por meio de seu Fundo de Ação, que endossou Kim e Christine e anunciará mais apoios.