Topo

9 dicas eficazes para lidar com a birra das crianças em público

Especialistas dão dicas simples, mas eficazes, que podem minimizar o impacto da crise - Getty Images/iStockphoto
Especialistas dão dicas simples, mas eficazes, que podem minimizar o impacto da crise Imagem: Getty Images/iStockphoto

Heloísa Noronha

Colaboração para Universa

21/05/2019 04h00

Fazer birra é uma forma disfuncional de uma criança demonstrar suas emoções ou, ainda, de tentar (conscientemente ou não) manipular as pessoas ao redor para conseguir o que quer. Em público, provoca estresse, raiva e até reações impensadas, num momento em que calma e bom senso são necessários para lidar com a situação. Algumas dicas simples, porém eficazes, podem ajudar a minimizar o impacto da crise e a manter o controle:

1. Converse com a criança antes de sair de casa

Aja de forma preventiva: explique o que vai fazer, onde vão, o que pode e o que não pode. Assim, se forma um combinado com a criança sobre o que é esperado dela. Mesmo os menores já são capazes de compreender certos avisos como "hoje, a mamãe não vai comprar nada."

2. Jamais se iguale à criança

Alguns pais, na tentativa de dar fim a birra, acabam se comportando de maneira inadequada. Ficam emocionalmente envolvidos e, por raiva ou vergonha, chegam a gritar ou a fazer o que a criança deseja apenas para colocar um ponto final na situação constrangedora. Esse não é o caminho, pois não educa nem aplaca o estresse. Respire fundo e tome uma atitude racional, sempre, pois você é a adulta e deveria se manter no controle.

3. Não ceda à birra

É muito importante que a criança perceba que fazendo birra ela não vai conseguir as coisas. Se os pais cedem uma vez, já era: nas outras a criança repetirá o comportamento, pois ele a levou a obter o que desejava. Mesmo que seu filho grite, chore e esperneie, explique que ele não terá atenção agindo dessa forma. Com tranquilidade, diga à criança que aquilo que ela quer não é possível naquele momento e que depois poderão conversar sobre o que aconteceu. Posicione-se na altura dela para isso e olhe diretamente em seus olhos.

4. Contenha o risco

Algumas crianças se jogam no chão quando estão fazendo birra, colocando-se em risco. Caso isso aconteça, contenha a criança para que ela não se machuque.

5. Não volte atrás com a sua palavra

A criança pode utilizar o recurso da birra para manipular o adulto. Sendo assim, você voltar atrás na sua palavra será um elemento reforçador do comportamento no futuro. Se você avisou que não iriam tomar sorvete se o seu filho se comportasse mal, cumpra o proposto. Por mais que você sinta dó ou culpa pelo "castigo", essa é uma atitude que trará bons frutos no futuro.

6. Não grite nem agrida

Quando uma criança está aos berros, o adulto pode ficar desesperado e começar a gritar, na tentativa de ser ouvido --outro recurso que não é muito efricaz em situações como essa. A partir daí, a situação pode fugir do controle e até culminar em violência (que não resolve e nunca é justificável).

7. Ignore o ataque

Em muitos casos, a vergonha é tanta e a irritabilidade tão crescente que o mais difícil a fazer é ignorar a criança. Acredite: quando a ela perceber que seu comportamento está sendo desvalorizado, a tendência é parar. Afinal, se não está ganhando nada, por que continuar com a atitude?

8. Evite dar bola para as pessoas

Sim, muitas pessoas não têm noção e vão olhar enquanto a criança faz birra. Algumas lançarão olhares julgadores --eles geralmente vêm de quem não convive com crianças e não sabe o quanto isso é normal. Outras observarão a cena com pena, pois provavelmente já enfrentaram algo semelhante. Em todo caso, fugir do contato visual evita constrangimentos e facilita a atitude de ignorar a birra, o que só pode ser visto como um ganho.

9. Retome o assunto em casa

É muito importante falar sobre o que aconteceu para a criança, em casa, numa conversa firme, olhando nos olhos, explicando as consequências que aquilo teve --principalmente não cedendo. Mostre ao seu filho que não há problema em conversar e negociar de outra forma em alguns casos. Diga que entende sua tristeza e chateação, mas que tomar a atitude que tomou --não comprando algo, indo embora de um passeio-- foi necessária naquele momento para o bem dele.

FONTES: Ellen Moraes Senra, psicóloga especialista em terapia cognitivo-comportamental e autora do livro "Feiurinha Sabe Tudo" (Ed. Sinopsys), do Rio de Janeiro (RJ), e Luciana Brites, psicopedagoga da clínica NeuroSaber, de Londrina (PR), e coordenadora do Núcleo Abenepi (Associação Brasileira de Neurologia e Psiquiatria Infantil e Profissões Afins) na mesma cidade.