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Pulsadores, chupadores, lambedores: o vibrador não é mais o mesmo

Fernanda Ezabella

Colaboração para a Universa, em Nova York

08/05/2019 04h00

Esqueça os dildos gelados de pedra de quartzo rosa. "Este aqui é a língua mais rápida do universo", brinca vendedora e educadora sexual em um workshop realizado na Babeland, uma sex shop de Nova York, ao mostrar um vibrador pink com duas pontas macias de silicone. "É como se o Super-Homem estivesse entre suas pernas."

Cerca de 20 mulheres e dois homens prestam atenção nas explicações da profissional, durante uma aula gratuita na loja, realizada no começo do mês de maio. Esta unidade da Babeland é uma das três localizadas na cidade. A primeira, abriu em Seattle, em 1993, de olho no mercado pouco explorado de brinquedos para elas.

Vinte e seis anos depois, o negócio continua crescendo, impulsionado pelas mulheres. "Notamos uma enorme mudança cultural em como as pessoas estão mais abertas para falar de sexo, sexualidade e prazer", disse à Universa a diretora da companhia, Lisa Finn.

"Sempre que surgem oportunidades para falar de sexualidade, ajudamos a passar por cima do estigma de que prazer é algo para se ter vergonha", continuou. "Esse debate aberto ajuda pessoas a entrarem numa sex shop e conversarem sobre seus desejos e necessidades."

O vibrador que simula uma língua se chama Volta, é à prova d'água e custa US$ 140 (cerca de R$ 540). Foi lançado em 2018 pela empresa alemã Fun Factory e é apenas um das centenas de vibradores esquisitíssimos ou discretíssimos que tomaram as sex shops nos últimos anos.

"Além de estimular o clitóris, o Volta pode ser usado no pênis. Pessoas com pinto realmente adoram uma vibração", disse a vendedora da loja, passando o brinquedo entre os presentes para vê-lo em ação.

A Fun Factory também trouxe ao mercado outra invenção popular: o pulsador. O nome oficial é Stronic e custa US$ 169 (em média, R$ 670), com diferentes tamanhos e cores. É praticamente idêntico a um vibrador tradicional, mas não vibra e, sim, pulsa, simulando o vai e vem do sexo.

Sucção e minimalistas

Outra tendência (e um dos best-sellers da Babeland) são os vibradores que simulam sucção. O aparelho traz um buraquinho para encaixar o clitóris e promove estímulos via vibrações sonoras, como se fosse um chupador. Há diversas marcas: a Sona, de US$ 70 (ou R$ 277), o Womanizer, que custa de US$ 80 (R$ 317) a US$ 200 (R$ 793) e o mais popular de todos, o Satisfyer Pro 2 (US$ 50 ou cerca de R$ 200).

Para elas e eles, a educadora mostrou um anel de pênis ("cock ring") que vibra chamado Mio (US$ 109 ou R$ 432), da marca inglesa Je Joue. O aparelho estimula o clitóris na hora da penetração.

Finn, que trabalha há três anos na Babeland, diz que os brinquedos sexuais do passado, especialmente os femininos, eram feitos com a ideia de que a penetração era o auge do prazer e não eram necessariamente voltados para outras zonas erógenas.

"Hoje, mais e mais, os brinquedos são desenhados para atender a nossa maior compreensão da anatomia do prazer", diz Finn. "Além do mais, a tecnologia avançou muito na última década. Os designers certamente estão tirando vantagem disso."

Apesar das novidades, um brinquedo segue na lista dos mais vendidos desde 1993: o Magic Wand, apelidado de "o Cadillac dos vibradores" (US$ 60 a US$ 125 -- R$ 238 a R$ 495). Originalmente lançado como massageador, virou febre como brinquedo sexual e hoje tem diversos modelos (com fio, sem fio, à prova d'água, além de acessórios extras para turbinar a ponta).

Propaganda no ponto de ônibus

Pelas ruas de Nova York, a companhia americana Dame espalhou propagandas de seus vibradores pelos pontos de ônibus da cidade. Muita gente chega à Babeland querendo saber quem é, afinal, Eva, seu produto principal.

Eva (US$ 135 ou R$ 535), lançado em 2015, tem abas flexíveis para manter o vibrador sob os lábios externos, em cima do clitóris, sem precisar das mãos e podendo ser usado durante a penetração. Como a anatomia íntima varia, nem todas se encaixam bem com a Eva, explica a educadora.

Nas lojas da Babeland, todos os produtos ficam expostos com bateria e podem ser manuseados. Os atendentes não poupam esforços para explicar como funcionam, muitas vezes simulando com as mãos nossas partes íntimas.

Entre os brinquedos que seguem a tendência minimalista e são extremamente discretos, Finn aponta para o Pom (da Dame, US$ 95 ou R$ 376), que mais parece um mouse de computador, e o Vesper, da Crave, que funciona também como um pingente de colar, que custam de US$ 70 a US$ 150 (R$ 277 a R$ 595).

Já a marca japonesa Tenga chama atenção com uma linha delicada de vibradores com formatos que lembram uma baleia, um sushi e uma casa de esquimó (o mais barato custa US$ 99 ou R$ 392). O material tem uma textura molinha, mas a vibração é intensa. Os aparelhos são recarregáveis numa base preta coberta por uma tampa de acrílico. Ou seja, foram feitos mesmo para serem exibidos.

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