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Mitos e verdades sobre como a falta ou o excesso de sexo afetam sua vida

Especialistas explicam o que é real ou não quando falamos sobre frequência sexual - Getty Images/iStockphoto
Especialistas explicam o que é real ou não quando falamos sobre frequência sexual Imagem: Getty Images/iStockphoto

Priscila Rodrigues

Colaboração para Universa

27/04/2019 04h00

Sexo faz bem e influencia não só no nosso bem-estar físico, mental e até social. A privação ou o exagero, porém, têm seu custo, como provam as informações a seguir:

Não há danos para o casal que transa pouco

Mito. Embora existam casais que tenham uma vida sexual morna, constante ou durante algumas fases, a intimidade física é importante para a manutenção do vínculo e da confiança. Além disso, a falta de entrosamento na cama pode mascarar problemas na relação que nenhum dos dois quer lidar, mas que podem vir à tona a qualquer momento. Mesmo que o par viva numa aparente "normalidade", o relacionamento pode se desdobrar de maneira disfuncional.

A ansiedade conduz à baixa libido

Verdade. O medo de falhar, o desconforto com o próprio corpo e a vontade de agradar o outro a qualquer preço formam um quadro de ansiedade que acaba detonando o tesão. Assim, a ausência de sexo provoca ainda mais ansiedade, num efeito "bola de neve". Importante mencionar que a ansiedade pode, ainda, ser um sintoma de depressão --que, por sua vez, afeta a libido-- e, portanto, merece investigação.

A falta de sexo prejudica os órgãos genitais

Verdade. Como a vagina é um músculo, pode se tornar flácida se não for exercitada --trata-se de um quadro clínico chamado hipotonia. Estudos produzidos pelo Instituto de Sexologia de Barcelona, na Espanha, concluíram também que os homens que não transam correm um maior risco de desenvolver câncer de próstata --a ejaculação promove uma espécie de limpeza e descongestionamento dessa glândula. Além disso, a inatividade sexual pode resultar em uma maior probabilidade de disfunção erétil.

Transar uma vez por semana é o suficiente para a maioria dos casais

Verdade. Em 2015, um grupo de pesquisadores da Universidade de Toronto, no Canadá, publicou um artigo na revista "Social Psychological and Personality Science" que os benefícios do sexo, para casais estáveis, tinha o teto de uma vez relação por semana. Acima disso, segundo a pesquisa feita à base de 30 mil entrevistas, o nível de felicidade e bem-estar se mantinha estável.

O excesso de sexo não interfere negativamente no trabalho

Mito. É claro que ter uma vida sexual ativa e saudável impacta de maneira positiva em todas as esferas da vida, inclusive no desempenho profissional. Em excesso, porém, há vários perigos, como falta de concentração e dificuldade para cumprir tarefas e horários, principalmente em casos de vício em pornografia e compulsão (hipersexualidade).

Transar com frequência afeta negativamente a imunidade

Mito. É justamente o contrário: a falta é que prejudica, já que o sexo contribui para o estímulo do sistema imunológico e diminuindo os riscos de contrair infecções como gripes ou resfriados.

Quem faz pouco sexo tem mau humor

Verdade. Um estudo feito por cientistas da Universidade de Münster, na Alemanha, revelou que o sexo pode ser o analgésico natural para a dor de cabeça, podendo aliviar enxaqueca e cefaleia em salvas, o tipo de dor de cabeça mais forte que existe. Fazer sexo com frequência eleva a produção de endorfina e ocitocina, hormônios que ajudam a evitar o aparecimento de dor de cabeça. Esses hormônios, liberados durante o orgasmo, também regulam os nossos níveis de bem-estar e tornam o sono mais profundo, o que impacta diretamente na maneira como vamos sorrir - ou não - para o mundo no dia seguinte.

FONTES: Mônica Lopes, fisioterapeuta pélvica, especialista em saúde feminina e membro da ISSM (International Society of Sexual Medicine), e Oswaldo Martins Rodrigues Jr., psicólogo, terapeuta sexual e diretor do InPaSex (Instituto Paulista de Sexualidade Humana).