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Luiza Brunet: "Questão econômica prende a mulher a uma relação abusiva"

Luiza Brunet com as costureiras do projeto Costurando Sonhos, da comunidade de Paraisópolis - Jessica Lopes
Luiza Brunet com as costureiras do projeto Costurando Sonhos, da comunidade de Paraisópolis Imagem: Jessica Lopes

Mariana Gonzalez

Da Universa, em São Paulo

26/04/2019 17h05

A luta contra a violência doméstica tem sido a principal bandeira levantada por Luiza Brunet desde 2016, quando denunciou ter sido vítima do ex-marido, o empresário Lírio Parisotto.

Em entrevista à Universa nesta sexta-feira (26), durante a Semana Fashion Revolution, na comunidade de Paraisópolis, em São Paulo, a modelo e empresária disse que "o que mais prende a mulher a um relacionamento abusivo, em que ela sofre agressões, é a situação econômica" e que, por isso, sua situação é muito diferente da maioria das mulheres vítimas da mesma violência.

Brunet começou a trabalhar como empregada doméstica aos 12 anos e, mesmo não ganhando muito, tinha como se sustentar. "Eu podia comprar uma lingerie se quisesse. Eu sou uma sobrevivente [da violência doméstica], mas não um exemplo", disse.

Durante sua fala no evento, a modelo incentivou que mulheres que sofreram agressões devem se profissionalizar e buscar a independência financeira, mas lembrou que elas precisam, acima de tudo, de oportunidades.

"Nunca fui sustentada, mas compreendo a mulher que vive nessa situação. É muito complicado não ter dinheiro para fazer nada, dar uma educação melhor para os filhos, comprar livros...", disse.

Mudanças

Apesar de ter sido privilegiada em relação a outras vítimas, que dependem do marido para alimentar os filhos, Luiza Brunet acredita que é seu papel, enquanto pessoa pública, levantar a voz contra a violência de gênero.

"Eu vi minha mãe sofrer agressão doméstica quando eu era criança, mas na época isso não era falado. Hoje em dia isso já não é mais um tabu por conta de mulheres como eu, que dá visibilidade ao tema".