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Mecânico desde os 12 anos, mineiro estreia na SPFW: "Não imaginava isso"

Arquivo Pessoal
Imagem: Arquivo Pessoal

Gustavo Frank

Da Universa

24/04/2019 04h00

A carreira de modelo pode ter inícios diferentes. Pode muito bem ser o sonho de uma pessoa como também uma surpresa. E essa segunda opção foi o que aconteceu na vida de Alysson Rodrigues, que foi descoberto em uma oficina mecânica e vai estrear sua carreira em um dos maiores eventos de moda no mundo, o São Paulo Fashion Week 2019.

À Universa, o mineiro de 18 anos atualmente agenciado pela MAP Model contou que nunca cogitou seguir a profissão. Na sua cidade natal, Cataguases, os concursos de beleza sempre existiram, mas não despertavam o seu interesse, que sempre esteve focado no conserto dos automóveis.

"Eu trabalhava como mecânico de carros e motos desde os 12 anos e nunca imaginei ser modelo. Um dia, um scouter da minha cidade foi à oficina e me surpreendeu. No interior não existem muitas oportunidades. Fiz fotos e um mês depois eu já estava morando em São Paulo", conta o jovem, que se mudou para a capital paulista neste mês e já está escalado para os desfiles de Victor Hugo Mattos, na quinta-feira (25), e Lucas Leão, no sábado (27).

Alysson - Arquivo Pessoal - Arquivo Pessoal
Imagem: Arquivo Pessoal

Alysson 2 - Arquivo Pessoal - Arquivo Pessoal
Imagem: Arquivo Pessoal

Questionado se existe algum aprendizado que ele possa levar da oficina para as passarelas, Alysson definiu em uma palavra: disciplina.

"Cuidar dos carros das pessoas é quase um ato pessoal. Muitos têm amor grande por eles. Eu vou levar a responsabilidade e o cuidado com os detalhes do trabalho de mecânico para as passarelas", afirma ele, que pretende viajar o mundo como modelo para juntar dinheiro e abrir o seu próprio negócio no ramo.

Alysson - Arquivo Pessoal - Arquivo Pessoal
Imagem: Arquivo Pessoal

A transição da graxa para as passarelas teve um período de adaptação. "Eu não costumava cuidar da pele, das mãos e do cabelo. Agora estou fazendo até as unhas e tratando do rosto. São coisas que todo homem deveria fazer, o machismo é coisa do passado. Estou me adaptando a tudo isso e aprendendo com as diversidades e a respeitar as diferenças. É tudo novo!", comemora.

Essa adequação também é presente em relação aos termos utilizados nos bastidores dos desfiles, que até pouco tempo atrás eram totalmente desconhecidos por ele.

"Estou muito ansioso para desfilar na SPFW. A pressão é alta, os horários são confusos, profissionais bravos (risos). Às vezes eu não entendo os termos, como 'composite', 'fitting', 'casting'. Estou me virando como posso. Meu agente me orienta o tempo todo. Me ensina a caminhar, a me vestir. Ainda estou filtrando tudo isso", conclui.