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Intercâmbio depois dos 40 anos: tudo para curtir essa viagem diferente

Cresce a procura por intercâmbio entre público adulto - Getty Images/iStockphoto
Cresce a procura por intercâmbio entre público adulto Imagem: Getty Images/iStockphoto

Silvia Regina Sousa

Colaboração para Universa

22/04/2019 04h00

Se quando pensa em intercâmbio, logo vem à mente grupos de adolescentes animados, andando em grupos e achando graça em tudo, pode acreditar: você está enganado. Diferentemente do que acontecia há cerca de 15 anos, em que estudar no exterior estava diretamente ligado a fazer um high school, hoje há inúmeras opções de programas e com durações diferentes. E esse novo cenário vem chamando a atenção de um novo público.

De acordo com a Brazilian Educational & Language Travel Association (Belta), associação das agências de intercâmbio do Brasil, o aumento da procura de pessoas entre 40 e 59 anos interessadas em ter essa exigência foi de 11,2% no último ano. E de 30 a 39 anos foi de 23,8%. Só para ter uma ideia a procura pelo high school cresceu 3,9%.

"O que atrai esse público é a possibilidade de incrementar o currículo e ainda poder associar a isso outro tipo de curso. Então ele vai aprender ou aprimorar um idioma e fazer um curso de vinhos ou de gastronomia, por exemplo. Ou ainda estudar o idioma direcionado para a sua área de trabalho. Há inúmeras possibilidades", explica Luiza Vianna, gerente de produto da CI. Ainda há aqueles que veem o intercâmbio como uma possibilidade de aproveitar melhor um período de férias. Portanto, no lugar de fazer apenas turismo, prefere fazer um curso durante esses trinta dias.

Público adulto

De olho nesse mercado, as escolas estrangeiras e as agências preparam cursos especiais para essa faixa etária. Isso significa que os grupos de viajantes são formados por pessoas da mesma idade. Da mesma forma, as salas de aula também recebem o mesmo público. Ou seja, não existe a possibilidade de ter que frequentar um curso lotado de adolescentes.

Outro ponto que agrada é que os cursos são, geralmente, de curta duração. Algo entre 15 e 30 dias. E dá para ficar até em hotel ou num apartamento alugado. "A acomodação vai variar pelo perfil da pessoa. Existe a possibilidade de ficar em casa de família, em residência estudantil ou até em um hotel, com mais privacidade e conforto", conta Daniela Ronchetti, diretora da EduExpo, maior feira de intercâmbio do país. Segundo ela, ainda dá para ficar numa casa de família alojado numa suíte própria, diminuindo os gastos com a viagem. "O intercambista fica com a chave da casa. Pode entrar em sair quando quiser", completa Daniela.

E diferentemente do que acontece com os adolescentes em que as atividades são controladas, os programas para adultos são mais livres. Existe uma carga horária para seguir e a sugestão de várias atividades, como passeios, mas o intercambista não é obrigado a seguir. "No adulto, há mais liberdade. Dá para fazer um passeio pela escola ou sozinho. Ou juntar pessoas do mesmo curso e ir visitar uma cidade. Ele é quem decide", explica Luiza Vianna. E isso é importante porque une mais as pessoas aumentando a chance de fazer networking. Essa interação é tão vantajosa que a pesquisa da Belta detectou que a maioria dos intercambistas adultos viajam sozinhos. É a oportunidade de se descobrir, conhecer novas pessoas e aprender novas habilidades.

Esqueça o Brasil

Se em uma viagem de turismo você só quer relaxar e dividir com os amigos a todo o momento o que está acontecendo, a viagem de intercâmbio segue um rumo diferente. Para aproveitar de verdade essa experiência, veja o que deve fazer:

  • Esqueça o Brasil - claro que você não vai ficar incomunicável. Mas tente se desligar do que acontece aqui e foque no seu aprendizado e na nova experiência que está vivendo. Quem tem família, combine de se conversarem somente em emergências ou um horário do dia para uma ligação. E só!
  • Fale o idioma local - lembre-se que a ideia é aprender ou aprimorar uma nova língua. Então, porque vai ficar falando português? Mesmo que esteja com outros brasileiros, evite, ao máximo, o seu idioma nato e foco na língua local.
  • Viva a cidade - conheça pontos turísticos, mas que tal aproveitar também aquele mercado que só os moradores frequentam? É a oportunidade de conhecer a cultura local e ainda usar muito mais o idioma.
  • Saia sozinho - de vez em quando, deixe o grupo de lado e saia sozinho. Quanto mais você se expuser a novas situações, maior será o aprendizado.