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Crianças estão engolindo objetos com mais frequência, diz estudo

Crianças têm engolido mais objetos, segundo estudo - Getty Images/iStockphoto
Crianças têm engolido mais objetos, segundo estudo Imagem: Getty Images/iStockphoto

Da Universa, em São Paulo

13/04/2019 18h09

Um estudo publicado pela Academia Americana de Pediatria na última sexta-feira (12) revelou que crianças com até seis anos de idade têm ingerido objetos estranhos, como moedas e brinquedos, com mais frequência.

Realizado entre 1995 e 2015, o estudo avaliou os casos recebidos de ingestão de objetos por crianças nos prontos-socorros nos Estados Unidos, com a ajuda de dados do National Electronic Injury Surveillance System (Sistema Eletrônico Nacional de Vigilância de Lesões, em português). Os resultados apontam que mais de 759 mil crianças deram entrada em hospitais norte-americanos com essa justificativa, o que representa um aumento de 92% na incidência de casos assim durante os 21 anos de pesquisa. Em 89,7% das situações, os pacientes foram dispensados ao fim da consulta, sem necessidade de internação ou outro procedimento para retirada do objeto do estômago.

O documento também diz que os objetos mais ingeridos por crianças até seis anos de idade foram moedas, especialmente as equivalentes a um centavo de dólar -- em 2015, elas representaram 58% das ingestões. Durante todo o estudo, 80% dos pacientes nos prontos-socorros com esta queixa tinham engolido moedas.

Brinquedos, pilhas, joias, pregos, parafusos, ímãs, produtos para cabelo e itens de decoração de Natal também aparecem no documento como os itens mais comuns de serem engolidos pelos pequenos. Meninas ingeriram mais joias e produtos capilares, enquanto meninos são mais propensos a engolir parafusos e pregos.

Danielle Orsagh-Yentis, principal autora do estudo e pesquisadora pediátrica em gastroenterologia no Nationwide Children's Hospital em Columbus, Ohio, afirmou ao jornal "The New York Times" que as descobertas são "chocantes", e que "demonstram uma trajetória crescente".

Ela alerta, especialmente, para a ingestão de pilhas e baterias que são frequentemente usadas em brinquedos infantis e outros objetos facilmente encontrados em casa -- as ingestões de bateria aumentaram em 150 vezes durante o período do estudo. Orsagh-Yentis aconselha que pais e responsáveis fiquem mais atentos aos hábitos dos filhos, para evitar que engulam itens potencialmente perigosos.

"Isso significa manter os objetos em locais elevados para que as crianças não consigam acessá-los com facilidade, mantê-los em locais seguros e, principalmente, mantê-los fora da vista das crianças, para que não pensem neles", diz.