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Sexo com celebridades: quais os prós e os contras de fantasiar sobre isso?

Sexo com celebridades, assim como qualquer outra fantasia, é normal, mas precisa ter limites - Getty Images/iStockphoto
Sexo com celebridades, assim como qualquer outra fantasia, é normal, mas precisa ter limites Imagem: Getty Images/iStockphoto

Priscila Rodrigues

Colaboração para Universa

06/04/2019 04h00

Pensar em sacanagem com certa frequência é meio caminho andado para ter uma sexualidade sadia e prazerosa. A imaginação é um estímulo e tanto para a libido e serve como incentivo para adotar uma atitude mais desinibida na cama.

É comum associar as fantasias românticas e eróticas com celebridades à fase da adolescência, quando os hormônios vivem em plena ebulição e a paixão por ídolos faz parte da construção da identidade. Só que, para muita gente, a mania de cultivar fantasias sexuais com famosos, seja no momento da masturbação ou com alguém, persiste na idade adulta --e, de modo geral, não há nada de errado com isso.

Para Carlos Eduardo Carrion, psiquiatra especializado em sexualidade, de Porto Alegre (RS), é a fantasia que acaba nos levando para o novo, para o mais aperfeiçoado. "Pensar em celebridades no sexo ajuda a aumentar a excitação, a criatividade e a proatividade. E esse hábito é muito mais comum do que se imagina", afirma.

"As fantasias são fundamentais para o início e a manutenção das duas primeiras fases do ciclo de resposta sexual, que são o desejo e a excitação. Então, esses são os grandes benefícios. Além, é claro, de uma maior chance de ter um orgasmo mais satisfatório", completa Priscila Junqueira, psicóloga especialista em Sexologia pela FMUSP
(Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo) e autora do ebook "Sua Sexualidade".

No entanto, como quase tudo na vida, a questão envolve alguns contras, como o apontado pela psicóloga clínica Raquel Fernandes Marques, da Clínica Anime: "Fantasiar com outras pessoas não prejudica diretamente o relacionamento. Porém, esse tipo de exercício de imaginação pode, com o tempo, salientar as falhas da relação e causar problemas a longo prazo", alerta.

Conforme Carrion, usar a fantasia com alguém famoso como estímulo de maneira contínua e/ou intensa acaba provocando o distanciando da figura real com quem se está transando. "E aí, ao cair na realidade, a pessoa pode perder o tesão. Quando não há satisfação ou se quer sempre mais, o inalcançável, a libido fica comprometida", diz.

Se houver muita dissociação, a relação acabará por se esfriar. Mas, segundo o psiquiatra, muitos casais se excitam, e muito, fazendo uma encenação das suas fantasias, mesmo as que envolvem terceiros. Só que essas brincadeiras existem maturidade e um vínculo muito forte para não deixar que o ciúme e a insegurança tome conta e atrapalhe tudo. Para Priscila, embora muitas vezes não tenhamos o controle sobre nossas fantasias, é preciso manter tudo sob perspectiva. "Caso contrário, você pode ficar apenas desejando a celebridade e não viver a relação que possui", fala.

De acordo com Carrion, fantasiar é algo muito bom, saudável e necessário, "desde que as pessoas não percam a noção de que é fantasia". O ideal é sentir aquilo como realidade apenas em alguns momentos, como fazemos ao assistir algo no cinema. "Ver um filme de terror sem entrar no clima é muito chato, certo? Porém, entrar verdadeiramente no filme é de sair correndo da sala", compara.