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Incompatibilidade sexual: quando insistir e quando abrir mão da relação?

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Imagem: iStock

Priscila Rodrigues

Colaboração com Universa

09/03/2019 04h00

Nem sempre o sexo se desenrola conforme o esperado. Porém, em alguns casos, vale a pena tentar em vez de simplesmente cair fora. Saiba como identificar esses momentos com as dicas a seguir.

Vale tentar

Vocês sabem que o problema existe

Esse é um passo importante, porque varrê-lo para baixo do tapete não fará com que o conflito suma, pelo contrário, a tendência é que aumente. Tomar consciência da questão motiva a dialogar sobre os rumos da relação. Ao longo do tempo, é comum que as formas de excitação se modifiquem, por isso conversar e falar sobre o que cada um gosta e espera do outro é a chave para se ajustarem na cama.

Vocês estão dispostos a negociar

Quando as expectativas sexuais dos dois vêm à tona através do diálogo, pode-se reverter o quadro e fazer acordos se as diferenças forem conciliáveis. Exemplos: ritmo (um gosta de transar à noite, o outro de manhã), frequência (um quer mais que o outro) e atitude (um gosta de uma pegada selvagem ou outro prefere um estilo mais romântico). O ideal é equilibrar esse jogo de vontades, cedendo ora um, ora outro. Todas as diferenças podem ser conciliáveis até porque o casal não precisa escolher apenas uma forma de se relacionar na cama, dentre tantas maneiras de obter e dar prazer.

As afinidades vão além da cama

Vocês querem ficar juntos e costumam levar em consideração outros aspectos da relação, não só o sexual. Há concordância sobre projetos de vida, valores, objetivos, sonhos em comum e, sobretudo, muita vontade de fazer a relação dar certo. Nesse caso, vale a pena insistir e ir procurando formas de lidar com a incompatibilidade.

Buscar ajuda é uma opção

Vocês se amam, se dão bem, mas percebem que sozinhos não conseguem enfrentar o ruído que se estabeleceu no sexo. Procurar o apoio de uma terapia de casal ou sexual --os psicoterapeutas identificam com propriedade qual a necessidade real-- pode ajudá-los a superar, com um olhar externo e especializado, o que vem causando entraves na cama.

Parta para outra

O par finge que não está acontecendo nada

Pior: se você tenta tocar no assunto, a pessoa desvia o foco da conversa para outra coisa. Se não há vontade de ambas as partes em lidar com o problema, não há muito o que fazer. Ficar como está só vai provocar mais dor e sofrimento ao longo do processo, pois tudo indica que o relacionamento deve fracassar.

A outra pessoa quer que você faça coisas que não está a fim (ou vice-versa)

Muitas das diferenças na cama são negociáveis; afinal de contas, sexo é troca. No entanto, se algo é muito importante para você ou para o outro e não há nenhuma chance de negociação, o melhor é tentar encontrar quem compartilhe as mesmas vontades ou necessidades. Forçar a barra é um tipo de abuso e não deve ser imposto sob nenhuma circunstância, assim como topar algo apenas para agradar alguém é um jeito de se violentar. Em nenhuma das situações as coisas vão acabar bem.

Você acredita que a incompatibilidade vai ser resolvida com o tempo

Se vocês não conversarem nem jogarem luz sobre as dificuldades, nenhum tipo de transformação deve ocorrer. Situações como mudar de casa, formalizar a união no papel ou ter um filho não operam milagres numa relação. Pelo contrário: costumam tirar das sombras e amplificar tudo aquilo que incomoda. Fingir que o sexo não está ruim só contribui para acumular raivas, mágoas e ressentimentos.

Não é só na cama que vocês são incompatíveis

O sexo, na verdade, só é mais uma pista de que vocês não foram feitos um para o outro. Se a comunicação é péssima, as brigas dão o tom da relação e você sequer compartilham gostos e valores, o que é que ainda estão fazendo juntos? Coloquem a fila para andar agora mesmo.

FONTES:
Celma Coji, psicóloga de São Paulo (SP); Joselene L. Alvim, psicóloga clínica de Presidente
Prudente (SP) e especialista em Neuropsicologia pelo setor de Neurologia do HCFMUSP (Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo); Márcia Sando, psicóloga e coach de relacionamentos, de São Paulo (SP), e Rejane Sbrissa, psicóloga clínica de São Paulo (SP)