ONG diz que ainda há casos de "passar o peito" de meninas no Reino Unido
Uma prática africana de "passar" os seios de uma menina com uma pedra quente para atrasar sua formação está se espalhando pelo Reino Unido. Segundo o grupo Cawogido (Came Women and Girls Development Organisation), que atua no desenvolvimento de mulheres e meninas, pelo menos mil jovens foram submetidas a essa intervenção, conhecida como "breast-ironing". Não há, porém, um dado oficial sobre a prática.
Neste ato, que começou em Camarões, mães, tias ou avós esquentam uma pedra quente para massagear o peito várias vezes da menina para retardar seu crescimento. O objetivo, conta uma vítima em vídeo divulgado pela Cawogido, é protegê-las de assédio sexual e estupro. Também é usado para desencorajar gestações que "envergonham a família" e impedir que as meninas se casem para continuarem a educação.
A Cawogido chama atenção de que esta prática pode levar a cicatrizes físicas e psicológicas, infecções, incapacidade de amamentar, deformidades e câncer de mama.
Reportagem do jornal "The Guardian" afirma que há evidências de dúzias de casos recentes. Segundo a publicação, profissionais da saúde em Londres, Yorkshire, Essex e West Midlands confirmaram que meninas pré-adolescentes de vários países africanos são hoje submetidas à prática.
Um relatório recente sobre saúde mental feito em Londres mencionou que as organizações do setor voluntário que trabalham em comunidades africanas consideram essa prática "uma questão emergente" e que "não estava recebendo atenção suficiente".
No início deste ano, ativistas que atuam contra a mutilação genital feminina celebraram o reconhecimento do governo escocês de que essa prática poderia estar ocorrendo em algumas partes do país.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.