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Como em "O Sétimo Guardião", marido só pensa em transar: "Faço sem vontade"

Nicolau (Marcelo Serrado) e Afrodite(Carolina Dieckmann) são pais de Bebeto (Eduardo Speroni) em "O sétimo guardião" - Estevam Avellar/Globo
Nicolau (Marcelo Serrado) e Afrodite(Carolina Dieckmann) são pais de Bebeto (Eduardo Speroni) em "O sétimo guardião" Imagem: Estevam Avellar/Globo

Luiza Souto

Da Universa

07/12/2018 04h00

No roteiro da novela das 21h "O Sétimo Guardião", a história de Nicolau (Marcelo Serrado) só tem a ver com sexo: sempre que aparece, o chapeiro está preocupado em levar a mulher Afrodite (Carolina Dieckmann) para a cama. Em alguns momentos, a personagem que tem o nome da Deusa do Amor nitidamente não está com vontade, mas cede às investidas.

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A história é uma constante em lares comuns. A esteticista Lê*, de 26 anos, também se pega transando sem vontade com o marido, com quem está casada há quatro anos. Diz que o casal costumava ser muito ativo sexualmente, mas após o nascimento da filha, de dois anos, as coisas esfriaram.

A paranaense cita o trabalho, a casa e os cuidados com a filha ao justificar a baixa temperatura. Diz que, ao fim do dia, está exausta. Mesmo assim, nas palavras dela, o marido não entende. Ela conta que transa com ele sem estar excitada, ou com um mínimo de lubrificação. 

"Muitas das vezes, quando casadas, transamos para agradar ao marido, mas nem sempre é legal. Já aconteceu, algumas vezes, de me sentir apenas um objeto sexual, mas não é com frequência. Sempre conversamos sobre isso, e ele fala que não sou um objeto, que sou a esposa dele, mas pergunta: 'Se não transar com você vou transar com quem?'"

setimo guardiao - Reprodução/TV Globo - Reprodução/TV Globo
Nicolau (Marcelo Serrado) insiste que Afrodite(Carolina Dieckmann) lhe dê mais filhos em "O sétimo guardião"
Imagem: Reprodução/TV Globo

Lê frisa que o marido é carinhoso, diferentemente do personagem de Marcelo Serrado. O problema, aponta ela, são as insistências e brincadeiras de cunho sexual, como apertar toda hora sua bunda, sem ela estar com vontade. "Para apagar esse fogo, só transando mesmo", justifica ela.

"Às vezes, me sinto culpada porque, como mulher, acho que tenho que me esforçar mais, me deixar entrar no clima e não permitir que o casamento esfrie, mas a insistência dele irrita e eu fico frustrada com a situação".

"Diálogo é essencial"

Lê precisa conversar com o marido e expor seus pontos para o casamento fluir, indica Marina Simas, consultora de relacionamento do Match Group LatAm. É natural, ela diz, se investir na relação para sair da rotina, mas ambos precisam ser compreensivos e ajudar com soluções para apimentar esse casamento.

"A relação sexual acontece para agradarmos a nós mesmo, não para agradar ao próximo. Se o sexo não está sendo legal para uma das partes, é importante entender o que está acontecendo. Uma sugestão para melhorar a relação, se possível, é começar uma terapia de casal", sugere Marina. E para a falta de vontade em transar, brincadeiras e joguinhos são bem-vindos.

"Uma sugestão é tentar propor um momento a dois como um jantar romântico ou até viajar para curtir um final de semana mais tranquilo. Como também apresenta uma indisposição, talvez sofra um acumulo de tarefas e com isso, dividir as atividades seria uma alternativa para diminuir o cansaço".

O importante, pondera o terapeuta sexual Paulo Tessaroli, é entender qual a prioridade do sexo na sua vida.

"Muitas pessoas não colocam o sexo como prioridade, e se submetem a transar para agradar ao outro. Tem muito a ver com a criação que homens e mulheres têm até hoje. A mulher chama para si a responsabilidade maior de cuidar da casa e dos filhos, e coloca o sexo nesse pacote de obrigações. Mas, ao perceber que não precisa cumprir com nenhuma cota, a mulher se livra dessa culpa que Lê diz sentir para manter o casamento".

*O nome foi encurtado a pedido da entrevistada