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Mentiras sobre grana e abuso: mulheres contam o que é pior que traição

Traição foi o menor dos problemas para essas mulheres - iStock
Traição foi o menor dos problemas para essas mulheres Imagem: iStock

Talyta Vespa

Da Universa

18/11/2018 04h00

Saber que o namorado fez sexo com outra é mamão com açúcar perto de outras questões que envolvem os relacionamentos, segundo essas mulheres. Abuso psicológico, o gaslighting, abuso sexual e relação de poder são alguns dos pontos destacados por elas, que garantem: a traição carnal é o menor dos problemas. 

Qualquer característica de um relacionamento abusivo é pior que traição

"Os abusos nas relações não se restringem às agressões físicas. Violência verbal, proibições, humilhações e manipulação atingem muito o outro. Eu me relacionei com um homem dizia ser superior a mim, se gabava por ser inteligente e me humilhava. Me proibia de falar com meus amigos, já chegou a me impedir de ter Facebook. Me afastei de todo mundo. Em 2012, perdi todas as provas finais da escola e repeti de ano porque ele não me deixava ir. Ele, inclusive, me agrediu fisicamente", Giovanna Rocha, 23 anos, publicitária.

Egocentrismo

"Meu ex-namorado é altamente egocêntrico, ele é incapaz de gostar de qualquer pessoa e ter qualquer sentimento de empatia pelo outro. Ele só se preocupa consigo mesmo e, com o outro, apenas quando lhe convém. Isso é péssimo porque um relacionamento é construído a dois, e pessoas egocêntricas não entendem como isso funciona na prática", Barbara Braga, 24 anos, formada em Direito.

Ser silenciada

"Tem homem que me trata como troféu e não como um ser pensante. Já me relacionei com caras que me desprezavam quando entrávamos em um assunto sério, como política, religião e até mesmo música. Alguns repetiam o que eu dizia com outras palavras, para que eu parecesse burra, e me interrompiam", Fádia Oliveira, 26 anos, relações públicas.

Mentiras relacionadas a questões financeiras

"A pior coisa que já me aconteceu foi ser enganada por causa de dinheiro. Meu ex-marido mentia sobre tudo que envolvia grana. Ele foi demitido por justa causa e não me contou; depois, disse que tinha licenciado o carro, mas fomos parados pela polícia e estávamos dirigindo ilegalmente. Não dá para dividir a vida com gente assim", Nádia Vieira, 32 anos, professora.

Mentir sobre o casamento anterior

"Comecei a namorar um homem recém-separado. Era divertido, nos dávamos bem. Decidimos morar juntos. Um dia, sem querer, bati o olho em uma mensagem que ele tinha recebido no Facebook e descobri que a ex-mulher dele estava grávida. Ele sabia, mas não me contou por 'medo de me perder'. Passei por cima disso. Quando saíamos, ele dizia à família dele que eu era apenas uma amiga. Vivi dez meses sendo escondida das pessoas", Karim Roberta, 45 anos supervisora de venda.

Não ter responsabilidade afetiva

"Iludir uma pessoa e não ter responsabilidade afetiva com ela é pior que traição, é falta de caráter. Estive em um relacionamento em que o cara me fazia acreditar que me amava e que planejava um futuro comigo. Ao mesmo tempo, ele dizia que estava solteiro para os amigos. Quando cobrei, ouvi que eu imaginava coisas e que ele nunca se envolveu comigo", Pâmela Guerra, 25 anos, engenheira.

Ser abusada por anos

"Ainda sou casada com ele, temos três filhas. Meu marido sempre me tratou com frieza. Eu tinha depressão e, quando entrava em crise, ele desdenhava de mim. Quando eu choro, ele vira as costas porque não tem paciência. Faz piadas com a minha aparência e tirou sarro do meu corpo quando estava grávida. Fui abusada por ele por quatro anos. Não queria fazer sexo e, quando negava, ele reagia mal, bufava de raiva. Como eu não trabalhava, ele dizia que minha obrigação era transar com ele, já que ele me dava comida. Eu dizia: 'Faz o que você quiser, então. Eu não quero. E ele transava comigo sem que eu esboçasse uma reação sequer", Jéssica*, 28 anos, estudante.

Ter que mendigar atenção

"Namorei um cara que sempre preferia fazer coisas com outras pessoas a sair comigo. Ele não me incluía em programações, era intolerante quanto às minhas convicções e me deixava muito insegura. Além de sempre tentar me inferiorizar", Rachel Matos, 29 anos, estudante.

*O nome publicado na reportagem é fictício e visa preservar a identidade da personagem