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"Não se apegue": prós e contras de ser o 3º elemento de uma relação aberta

A publicitária Isabela Mantovani, 28, foi a ponta do triângulo amoroso por sete meses - Arquivo Pessoal
A publicitária Isabela Mantovani, 28, foi a ponta do triângulo amoroso por sete meses Imagem: Arquivo Pessoal

Natália Eiras

Da Universa

12/11/2018 04h00

Envolver-se com uma pessoa que está em um relacionamento aberto pode parecer um conto de fadas: você terá uma companhia legal garantida, mas não precisará estar comprometido. Porém, ser o terceiro elemento nem sempre é um mar de rosas. Ter que lidar com a falta de disponibilidade e não ser a prioridade do parceiro são desvantagens de estar neste tipo de relação. A Universa conversou com mulheres que já estiveram em um triângulo do relacionamento aberto e pontua os prós e contras de ser “a outra”:

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Pró: ficante fixo sem compromisso

Estar com alguém com certa frequência sem a necessidade de “dar satisfação” sobre a sua vida ou sobre com quem fica pode ser bem divertido. “Eu tinha uma certa segurança sem comprometimento. Era estável sem ficar sério demais”, diz a publicitária Isabela Mantovani, 28, de São Paulo (SP). Ela tinha acabado de terminar um namoro e não queria engatar outro tão cedo. Quando topou sair com um amigo que estava em um relacionamento aberto, ser o terceiro elemento era tudo o que ela precisava. “Eu não estava muito a fim de me envolver, conhecia a namorada dele e sabia que era de boa”, diz a jovem. “Não tinha cobrança, eu poderia ficar com quem eu quisesse”.

Contra: você não é a prioridade

Acordou um dia e quer ir ao cinema com o “crush”? Sem chance. Quando a outra pessoa está em um relacionamento aberto, ter uma agenda pré-estabelecida é muito importante. Não há muito espaço para espontaneidade. A catalogadora Paula*, 28, de São Paulo (SP), saiu com um homem com casamento aberto por um ano. Segundo ela, não ser a prioridade era a principal desvantagem de estar nesse tipo de relação. “Você encontra a pessoa quando há uma brecha na agenda dela”, fala. “E você não tem direito de cobrar nada de ninguém, porque sabe que a namorada está em primeiro lugar”.

Pró: não ter que lidar com coisas “chatas” de um relacionamento

Não há a necessidade de lidar com coisas “chatinhas” de estar em um relacionamento, como, por exemplo, deixar de sair em uma sexta-feira à noite porque a outra pessoa está doente e precisa de cuidados. “O casal tem um ao outro nesses momentos. Você é apenas uma ponta do triângulo e pode seguir a sua vida”, diz Paula. Para Isabela, este tipo de situação é ótimo para quem quer focar em outras coisas que não sejam um relacionamento sério. “Eu, por exemplo, estava querendo me dedicar à faculdade, então era bom ter algo fixo sem precisar ter vários encontros”, opina a publicitária.

Contra: falta de expectativas sobre a relação

Para Paula, a tristeza batia quando pensava que, apesar dela e o parceiro terem uma ótima química, aquela relação não tinha um futuro. “Eu não podia pensar na evolução do relacionamento nem criar expectativas”, explica a jovem. “Quando me peguei gostando mais sério do cara, fiquei um pouco em crise, porque achei que poderia acabar em um relacionamento não correspondido”, complementa Isabela. Ambas sabiam muito bem onde estavam se metendo, mas elas não tinham previsto como a dinâmica poderia ser difícil. “Eu tinha que pensar nos meus sentimentos, no dele e nos da mulher dele”, desabafa Paula. “Era muita gente envolvida. Bastante complexo”.

Prós: autoconhecimento

Refletir sobre as nuances do que é um relacionamento leva, de acordo com as entrevistadas, a um bom processo de autoconhecimento. Por exemplo, ser o terceiro elemento fez Paula perceber que ela não é essencialmente monogâmica. “Eu gosto de estar bem próximo, mas a fidelidade não era uma questão. No meu caso, a relação acabou quando percebi que eu estava em segundo lugar”, diz. Isabela afirma que “se organizar direitinho, é sucesso para todo mundo”. “Lembro que, na época, eu disse que tinha sido meu melhor relacionamento e nem era sério”, ri.