Topo

Chiquinha Gonzaga: 5 conquistas da artista pelas mulheres e pelos negros

Chiquinha Gonzaga durante e juventude e na velhice - Wikimedia Commons
Chiquinha Gonzaga durante e juventude e na velhice Imagem: Wikimedia Commons

Da Universa

17/10/2018 16h17

Se estivesse viva, a compositora e maestrina Francisca Edwiges das Neves Gonzaga – ou simplesmente Chiquinha Gonzaga – completaria 171 anos nesta quarta-feira (17).

E, em homenagem à artista, em 2012, foi sancionada uma lei que institui 17 de outubro o Dia Nacional da MPB. 

Veja também

Além de ter deixado um legado de mais de 2 mil composições para a música brasileira, Chiquinha, que era neta de escravos, lutou pela abolição da escravatura e pelo fim da monarquia no Brasil, além de ter sido a primeira mulher a reger uma orquestra no Brasil. 

Não por acaso, ela foi a homenageada do dia no Google. Em cima da barra de buscas, Chiquinha aparece tocando piano e anotando em suas partituras:

Conheça mais realizações da artista, que abriu os caminhos da música brasileira para as mulheres, especialmente as negras:

Compôs a 1ª marchinha de Carnaval da história

Até quem não é muito fã de Carnaval já ouviu "Ó Abre Alas". 

A letra, primeira inserida em uma marchinha de escola de samba, foi composta por Chiquinha para o desfile de 1899 da Rosas de Ouro, que aconteceu no Andaraí, no Rio de Janeiro, quando ela já tinha 52 anos. 

Abandonou o marido para dedicar-se à música

Por imposição do pai, a cantora foi obrigada a se casar aos 16 anos com o oficial da marinha Jacinto Ribeiro do Amaral. 

Depois de seis anos de casamento, já com três filhos, abandonou o marido porque não conseguiu se adaptar à vida no navio onde Jacinto servia e, principalmente, à distância do cenário musical. 

Com a separação, ela só foi autorizada a cuidar do filho mais velho, João Gualberto. Os dois mais novos, Hilário e Maria do Patrocínio, ficaram sob os cuidados da família paterna e perderam o contato com a mãe.

Militou pelo fim da escravidão e da monarquia 

Neta de escravos alforriados, Chiquinha tinha o fim do regime escravocrata e da monarquia, que ajudava a sustentá-lo, como suas principais pautas. 

Uma de suas principais contribuições era vender partituras de porta em porta para reunir fundos para a causa. De acordo com o UOL Educação, as vendas da música "Caramuru" foram revertidas para comprar a alforria do escravo e músico José Flauta. 

Ajudou a popularizar o piano 

A relação de Chiquinha com o piano começou muito cedo, aos 9 anos, quando ganhou o instrumento de seu pai. 

Na juventude, ela escolheu o piano como protagonista de muitas de suas composições, especialmente as famosas polcas (estilo de música e dança popular da região da Hungria) "Atraente", de 1877, e "Sultana", de 1878. 

Levou a música popular brasileira para a elite

Chiquinha era muito amiga da artista Nair de Tefé. Quando ela se casou com o então presidente Hermes da Fonseca e se tornou primeira-dama, convidou a compositora para se apresentar em saraus no Palácio do Catete, que era a morada e o escritório presidencial na época. 

Em 1914, Chiquinha não só tocou violão, instrumento até então considerado símbolo da malandragem, como usou o instrumento para tocar canções bem populares para a elite carioca – uma bela quebra de protocolo para os padrões da época.