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Jornalista argentina rebate machismo de ex-campeão da Libertadores ao vivo

A jornalista argentina Antonella Valderrey - Reprodução/Instagram
A jornalista argentina Antonella Valderrey Imagem: Reprodução/Instagram

da Universa, em São Paulo

20/09/2018 13h35

A jornalista Antonella Valderrey viu sua credibilidade profissional ser questionada apenas por ser mulher no último dia 13, quando noticiava as informações sobre a partida entre River e Platense pela Copa Argentina durante a transmissão do noticiário esportivo "De fútbol se habla así", do canal DirecTV.

O comentarista esportivo, ex-jogador da Seleção Argentina e campeão da Libertadores, Claudio Husaín, o Turco, disse no ar que não conseguia "conceber discutir com uma mulher questões do futebol".

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Diante a afirmação machista de Turco, Antonella respondeu ao vivo:

"Pensei que este fosse um programa sobre atualidades e que os debates fossem deste século e não do século passado, [como] se as mulheres podem ou não falar de futebol, opinar sobre o futebol, trabalhar no futebol."

"Já está claro que as profissões não têm gênero, que alguns profissionais são bons e alguns são ruins em todas as áreas. Esta é a minha opinião. Senão teríamos que dizer que todos os árbitros são perfeitos e estamos muito longe disso, pelo que me parece."

Quando o apresentador Toti Pasman perguntou se Turco havia algo para dizer, ele disse que não, mas justificou que tinha "uma opinião muito formada, difícil de ser mudada" porque cresceu "em um ambiente extremamente machista."

Antonella então respondeu que compreendia. "Há pessoas que vêm de uma construção [machista], porém para isso existe a desconstrução, para nos esforçarmos a corrigir e a nos darmos conta de que há coisas que pensávamos que eram de uma maneira, mas não são assim."

Turco insistiu ainda que não tinha a capacidade de admitir que mulheres pudessem conversar com ele sobre futebol porque havia visto e vivido coisas dentro de um vestiário que elas tiveram o privilégio de não ter vivido.

A jornalista relembrou ao ex-jogador, no entanto, que nem todos os comentaristas ou homens tiveram a mesma experiência — e por isso estudam, se preparam e contam com os relatos jornalísticos.