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Mapa das espinhas: entenda de onde vem o problema em cada parte do corpo

Getty Images
Imagem: Getty Images

Paula Roschel

Colaboração para Universa

17/09/2018 04h00

Na testa, queixo, costas ou glúteos: a área afetada por espinhas pode te falar muito mais sobre saúde e hábitos do que você imagina. Então qual o significado de cada inflamação, segundo a região do corpo?

Zona T

“A zona T do rosto -- formada por testa, nariz e queixo -- é uma região que possui maior concentração de glândulas sebáceas e, por isso, costuma sofrer mais com as espinhas. Observamos que hábitos como o uso de cosméticos para o cabelo ou acessórios, como boné, podem ser um estímulo extra para o aparecimento das lesões na região da testa,” pontua o cirurgião plástico Márcio Ferreira, de Uberlândia (MG).

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Queixo

Mulheres adultas costumam reclamar de acne esporádica na região do queixo. Existe um fundo hormonal por trás dessa característica: “No período menstrual é comum sentir o aumento de espinhas nessa região”, explica a dermatologista Bruna Rezende, de São Paulo.

Mas se essas inflamações seguirem por um longo período, o ideal é buscar um ginecologista para fazer exames complementares: “Espinhas concentradas na região do queixo são forte indício de síndrome do ovário policístico. No caso, temos que tratar primeiro a síndrome para depois tratar a acne”, diz Luiz Tonon, médico pós-graduado em dermatologia clínica e cirúrgica e membro efetivo da Academia Brasileira de Dermatologia, de São Paulo.

Couro cabeludo

Fatores externos podem ocasionar lesões inflamadas no couro cabeludo, por uso inadequado de condicionadores ou óleos que bloqueiam a área: “Existem cosméticos que são muito oleosos e podem sim agravar uma pele acneica, causando ainda mais pústulas e comedões”, ressalta Tonon.

Nádegas

Se você usa muita legging, tecido sintético ou looks apertados pode perceber o aparecimento de lesões que se parecem com espinhas. Só que elas são, na verdade, pseudofoliculite, quando pequenas bolinhas de pus se formam ao redor de um pelo, por meio da invasão por bactérias desse folículo piloso. Especialistas recomendam nesse caso evitar o uso de roupas apertadas, pois é a constante fricção dela com a pele que gera tal problema. A esfoliação local também ajuda a diminuir esses pelinhos que encravam.

Têmporas e sobrancelhas

Outras áreas afetadas pelo uso equivocado de produtos cosméticos são têmporas, sobrancelhas e bochechas: “A acne que aparece perto das sobrancelhas ou nas têmporas pode ser agravada por resquícios de produtos de pele ou maquiagem, enquanto nas bochechas é provável que seja pelo uso de hidratantes mais cremosos”, alerta Márcio Ferreira.

Costas

É comum ocorrer aumento de casos de acne nas costas em períodos mais quentes, como o verão. Isso se dá pelo uso de protetor solar muito oleoso, incorreto para peles com tendência à acne. Isso também pode ocorrer por distúrbios hormonais, como oscilação dos níveis de testosterona, e no período gestacional.

Braços

“Não é muito comum ter espinhas nos braços. Essas bolinhas que aparecem na região não são acnes, mas queratose pilar”, explica Tonon. A queratose pilar, também conhecida como ‘pele de galinha’, é um problema com fundo genético que pode aparecer se o paciente não hidrata bem a pele, usa roupas muito apertadas ou tem manifestações alérgicas, como dermatite e até asma. O acompanhamento dermatológico é essencial para controle da queratose, que, apesar de incômoda, não oferece riscos.

Tratamentos

Para os mais variados quadros de acne existem terapias tópicas, orais ou combinadas, como limpeza de pele, peeling químico, microdermoabrasão, laser, LED, esfoliações e microagulhamento, esse último indicado para o tratamento da cicatriz de acne: “Além de induzir a formação de colágeno, aumenta a permeação cutânea a ativos específicos para melhora da cicatriz”, indica Ferreira.

É importante também, para evitar marcas, não espremer as inflamações: “Quem ‘espreme’ as espinhas está depositando tecido sanguíneo na pele, fazendo com que ocorra uma inflamação ainda maior no local, e gerando então a Hipercromia Pós-Inflamatória (mancha escura)”, recomenda Tonon.