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Alunas de colégio carioca denunciam assédio de professores no Twitter

Alunos protestam no colégio Pensi, no Rio de Janeiro - Reprodução/Twitter
Alunos protestam no colégio Pensi, no Rio de Janeiro Imagem: Reprodução/Twitter

Talyta Vespa

Da Universa

17/08/2018 18h11

A hashtag #AssédioÉHábitoNoPensi tomou conta dos assuntos mais comentados do Twitter no Brasil nesta sexta-feira (17). Por meio dela, alunos do Pensi, uma das maiores redes de colégios do Rio de Janeiro, denunciaram casos de assédio por parte de professores.

Entre os depoimentos que tomaram conta da rede social, foi divulgado um áudio, supostamente enviado por um professor a uma aluna. "Linda, linda. E eu tô encantado, encantado. Qualquer coisa que você quiser fazer eu quero. Se você quiser escrever a qualquer momento, eu vou adorar. Qualquer coisa me chama, tá? Beijo, beijo. Beijo, beijo, beijo, beijo. Com carinhos", dizia a mensagem de voz.

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"Um bonito estava lendo o enunciado da questão e depois mandou os alunos fazerem três questões. Virou para mim, apontou e disse diante de toda a sala: 'E você, loirinha, consegue fazer com três sem tirar de dentro?'", afirma uma aluna. 

Uma ex-aluna relata alguns casos que presenciou. "'Chora em toda aula minha, você fica linda chorando'. 'Veio com esse decote pra quê?'. 'Quer que eu chupe?', respondendo a uma menina que disse que estava com dor no peito", conta.

À Universa, duas alunas que preferiram não expor o nome garantem que os casos de assédio são frequentes. "Todo mundo sabe, mas ninguém faz nada. Quando alguém tem coragem e denuncia, o máximo que acontece com o professor é ser transferido de unidade", diz.

A assessoria de imprensa do Pensi explica que o movimento começou em protesto à demissão de uma professora "que defendia causas feministas". "Duas professoras foram desligadas do colégio essa semana, mas apenas uma delas foi demitida. A outra foi afastada por motivos de saúde. Os alunos acharam que as demissões aconteceram pela ideologia das docentes, mas não foi o caso. A demissão aconteceu com uma professora que não estava rendendo", afirma. 

Veja a nota divulgada pelo colégio.

"A escola esclarece que repudia qualquer tipo de assédio e discriminação. Essa é uma questão relevante e atual que tratamos com nossos colaboradores e alunos, prezando pelo respeito e diálogo. A instituição informa que está apurando os fatos internamente para tomar todas as medidas necessárias, já que tais condutas relatadas não refletem a cultura da escola. Todas as denúncias serão checadas e devidamente tratadas com a responsabilidade e seriedade que a situação exige."