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Em audiência sobre aborto, Rosa Weber pede tolerância entre presentes

A ministra do STF e relatora Rosa Weber durante audiência sobre descriminalização do aborto - José Cruz/Agência Brasil
A ministra do STF e relatora Rosa Weber durante audiência sobre descriminalização do aborto Imagem: José Cruz/Agência Brasil

Felipe Pontes

Da Agência Brasil

06/08/2018 11h54

A ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), voltou a pedir respeito a opiniões contrárias durante a audiência pública sobre a descriminalização do aborto que continua nesta segunda-feira (6) em um dos auditórios da Corte.

“Eu sei que o exercício da tolerância é muito complicado. Se nós queremos que nossos pontos de vista sejam respeitados, vamos respeitar também o dos outros”, afirmou.

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“Vamos manter respeito pelas posições que estão sendo externadas, pelas manifestações. Nós somos uma sociedade plural, todos nós temos nosso ponto de observação, temos visões de mundo próprias, e há divergência”, pediu Rosa Weber, que é a relatora da Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) que busca descriminalizar o aborto até a 12ª semana de gestação.

“A divergência é salutar, por isso, esses diálogos, no caso específico entre sociedade e o Supremo Tribunal Federal são tão importantes, mas eles só são importantes se nós soubermos escutar o outro e aquilo que ele tem para nos dizer com o espírito desarmado”, acrescentou a ministra, que fez o pedido aos presentes após manifestações de desapreço à fala do representante da Federação Espírita Brasileira, Luciano Alencar, cuja fala foi contrária à descriminalização.

Rosa Weber lembrou que a audiência pública é transmitida ao vivo pelas TV e Rádio Justiça e que se alguém não puder conter sua “necessidade de exclamações” pode continuar a assistir ao evento de casa. Na abertura dos trabalhos, a ministra Cármen Lúcia, presidente do STF, também pediu tolerância entre os presentes.

Iniciada na última sexta-feira (3), a audiência pública sobre o aborto foi retomada na manhã desta segunda com a manifestação de 13 entidades ligadas a religiões. Após breve intervalo para almoço, o evento será retomado no período da tarde para exposição de representantes de outras 13 instituições ligadas aos direitos humanos.