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Mulheres protagonizam um mundo em evolução


Ela já escreveu 270 artigos na Wikipédia para enaltecer mulheres na ciência

Jess Wade estuda eletrônica de plásticos no Imperial College, em Londres - Reprodução/Instagram/jessjess1988
Jess Wade estuda eletrônica de plásticos no Imperial College, em Londres Imagem: Reprodução/Instagram/jessjess1988

Da Universa

26/07/2018 12h42

Exceção em um universo dominado por homens, a cientista Jess Wade sabe muito bem que mulheres não recebem os devidos créditos quando avançam em uma pesquisa. 

Para reverter esse cenário e dar visibilidade às colegas que se destacam, a britânica se dedica a escrever sobre elas na Wikipédia. Desde 2017, já incluiu mais de 270 mulheres cientistas na enciclopédia digital. 

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"Percebi que só podemos mudar as coisas de dentro. A Wikipédia é uma ótima maneira de envolver as pessoas porque, quanto mais você lê sobre essas mulheres sensacionais, mais você fica inspirado por suas histórias", disse a cientista ao "The Guardian". 

O primeiro nome cadastrado por Wade na plataforma foi o de Kim Cobb, uma cientista climática que estuda corais nos Estados Unidos. 

Depois, vieram Susan Goldberg, primeira mulher editora da revista "National Geographic"; e Emma McCoy, primeira mulher professora de matemática do Imperial College, onde Jess Wade faz PhD, em Londres. 

Apesar de ter se interessado por ciência desde criança, Jess só percebeu que era minoria na área durante o doutorado. 

"Ser isolada é difícil. E isso vale para todos os grupos sub-representados. Há muitos durante o PhD que só aumentam esse isolamento. Se você não tem ninguém com quem pode se relacionar, é complicado”, desabafou. 

Além do trabalho na Wikipédia, a cientista – que estuda eletrônica de plásticos – dá palestras em escolas para incentivar o interesse de meninas por carreiras no ramo de ciência e tecnologia. 

De acordo com um estudo feito pelo "The Guardian", seriam necessários 258 anos para "corrigir" o problema da falta de mulheres cientistas, com base nos atuais índices de progresso. 

A mesma pesquisa mostrou que nos últimos dez anos a presença delas em áreas como física e matemática cresceu apenas 10%. Além disso, as mulheres são só 9% das matriculadas desses cursos. 

"Se, na época da escola, eu soubesse que meninas eram apenas 9% das alunas dessas áreas, eu teria ficado desanimada", acredita Jess Wade.