Orgasmo anal: um guia básico para iniciantes terem prazer sem dor

O orgasmo anal não é o mais comum, mas não precisa ser excluído da lista de possibilidades para o prazer. Se é que alguém ainda não sabe, a região anal é uma zona altamente vascularizada. Suas terminações nervosas respondem por um orgasmo fantástico quando o sexo é ótimo — ou seja, com boas preliminares, relaxamento adequado, posições bem escolhidas e entrega.

E o clímax vem só com a penetração? É claro que não! Como todo prazer sexual, o orgasmo anal não depende só do ato em si. A manipulação da região do ânus, com os dedos ou vibradores, juntamente com outros estímulos eróticos, pode levar ao êxtase. Confira, a seguir, um pequeno roteiro para você tirar o melhor proveito da transa e alcançar um orgasmo anal incrível!

Os principais erros

Começar com pressa, força, sem lubrificação adequada e sem relaxamento apropriado são os vacilos mais comuns dos iniciantes, o que certamente compromete o orgasmo anal. A pessoa que será penetrada precisa estar muito tranquila, curtindo o momento. Dica: preferencialmente, deixe o sexo anal para o fim, depois de muitas preliminares e penetração vaginal.

Não há sexo sem lubrificação

O ânus não produz lubrificação natural, portanto, precisa usar lubrificante. Os mais indicados são os produtos à base de água, que oferecem menos riscos de alergia. Mas também há versões à base de silicone.

O parceiro pode fazer uma massagem nas costas e na lombar, partir para os glúteos e, por fim, estimular a entrada do ânus, com movimentos leves, em círculo, para abrir os anéis musculares. Antes da penetração, brinque com os dedos: introduza um, depois dois e vá sentindo a reação da parceira —ela pode, aliás, fazer força de dentro para fora, o que ajuda a abrir os esfíncteres, facilitando a penetração.

Ritmo e velocidade apropriados

Quem busca o orgasmo anal não deve querer incorporar um personagem dos filmes pornôs, sobretudo nas primeiras vezes. Cada pessoa tem uma personalidade sexual diferente: há quem goste do ato com mais rapidez ou mais força e há quem prefira lentidão. Mas, para iniciantes, melhor ir devagar e observar as sensações do par a todo o momento.

Posições que facilitam o orgasmo

O sexo anal pede posições apropriadas, para que a penetração ocorra sem desconforto. Algumas das mais recomendadas são:

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Conchinha: ambos de lado e encaixados. Nessa posição, a musculatura tende a ficar mais relaxada, o que facilita a penetração.

Colher: começa com a posição conchinha e, em seguida, homem e mulher dobram os joelhos em direção ao peito. Para intensificar o prazer feminino, ele pode estimular os seios e o clitóris dela.

Cowgirl: o homem se deita com as pernas juntas e a mulher ajoelha-se, de costas para ele, tendo as mãos livres para se apoiar e se dedicar aos estímulos. É ela quem controla a profundidade da penetração anal e a velocidade.

De quatro: só quando a mulher estiver bem confortável é que se recomenda ao casal variar para a posição de quatro. Estímulos no clitóris e mamilos são muito bem-vindos.

Pomadas podem atrapalhar orgasmo

As pomadas anestésicas funcionam momentaneamente, para a pessoa não sentir "nada" de dor. Porém, quando acaba seu efeito, o desconforto pode ser bem grande. E, para ser prazeroso, quem está sendo penetrado precisa sentir todo o atrito para se movimentar conforme se sinta melhor, ditando o ritmo.

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Lesões ocorrem, sim! Tenha cuidado

A região anal é cheia de vasos sanguíneos, que podem facilmente se romper na penetração. Por isso é muito importante trabalhar as preliminares, para que haja um grande relaxamento da região (sempre com lubrificantes).

Dor é aviso do corpo

No sexo anal, é comum um incômodo no início, mas a dor não é bom sinal. Quando isso acontece, é o corpo dizendo que tem alguma coisa acontecendo de forma errada, seja a posição, a falta de técnica ou a lubrificação. O orgasmo anal só vai ser poderoso quando a transa não trouxer desconforto.

Não se arrisque com falta de higiene

Para o sexo anal, é importante que a pessoa esteja tranquila em relação ao funcionamento do seu intestino, de preferência já tenha ido ao banheiro antes e que não esteja sentindo vontade de evacuar. Um banho, com uma higienização com sabonete na entrada do ânus, já pode ser suficiente. Como se trata de um canal de passagem de fezes (não de acúmulo, apenas de excreção), durante a penetração, pode ser que o pênis tenha contato com algum resíduo. Lavagem pode evitar tal situação. Existem bombinhas de lavagem descartáveis. A ducha do banheiro pode se tornar via de contaminação.

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Brinquedos são bem-vindos

Bolinhas (tailandesas, por exemplo) e plugs anais podem ser úteis na estimulação e, também, no processo de alargamento do ânus. Tanto que os plugs apresentam tamanhos diferentes, pois cada um funciona para certo estágio da dilatação. Muitos deles também contam a função de vibrador, que ainda estimula a região. Tais acessórios podem ser ótimos coadjuvantes para o orgasmo anal.

Preservativos obrigatórios

Toda e qualquer relação sexual deve ser feita com uso de camisinha, inclusive o sexo anal. Não é raro ocorrerem microlesões durante a penetração. Além disso, a mucosa do intestino absorve com maior facilidade os vírus e bactérias do que a mucosa vaginal. Ou seja, sem o uso de camisinha, a proliferação de infecções e doenças sexualmente transmissíveis é um grande risco.

Fontes: Alessandra Furtado, proprietária de A Boutique Erótica e consultora de produtos e orgasmo; Alyne Meirelles, sexóloga, terapeuta sexual, consultora em saúde em educação sexual e palestrante em sexualidade; Poema Ribeiro, psicoterapeuta e sexóloga; Sirleide Stinguel, sexóloga e terapeuta sexual.

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