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Janaína Paschoal só cogitaria ser vice de Bolsonaro "após longa conversa"

A advogada Janaina Paschoal - Edilson Rodrigues/Agência Senado
A advogada Janaina Paschoal Imagem: Edilson Rodrigues/Agência Senado

Marcela Paes

Da Universa

23/05/2018 15h35

Janaína Paschoal, autora do pedido de impeachment que derrubou a presidenta Dilma Rousseff, não descarta a possibilidade de ser vice de Jair Bolsonaro nas próximas eleições. Apesar de não ter recebido nenhum convite formal do candidato do PSL, a professora disse que, para responder à indagação se aceitaria ou não o convite, “precisaria ter uma conversa longa” com Bolsonaro.

Recém-filiada ao PSL, Janaína diz que entrou para o partido para trazer “alguma ponderação em determinados assuntos”. Ela concordou em conversar com a Universa por whatsapp e evitou confronto ao falar sobre o posto de vice ou o que pensa das ideologias do candidato do PSL.

A advogada disse o que pensa sobre as candidaturas de outras mulheres como Manuela D’avila, Marina Silva e Sonia Guajajara - vice de Guilherme Boulos - e sobre a parceria do Facebook com agências de fact cheking para coibir a propagação de fake news e uma possível coalisão dos partidos de direita nas eleições.

Leia abaixo a entrevista:

A senhora já afirmou que não foi formalmente convidada por Bolsonaro para assumir o posto de vice-presidente em sua chapa, mas, caso o convite ocorresse, iria?

Responder a essa indagação, antes de uma longa conversa com o candidato, seria uma temeridade. Como não houve convite nenhum, penso que esse tema sequer precisa ser considerado.

O que acha da candidatura de outras mulheres nessas eleições? Tem opinião sobre Manuela D’avila, Marina Silva e Sonia Guajajara - vice de Guilherme Boulos?

Eu não sabia da candidatura de Sonia Guajajara. Confesso não a conhecer bem, nem mesmo suas ideias. Também conheço pouco a candidata Manuela. No que conheço, noto que temos visões bem antagônicas de mundo. Não consigo entender, por exemplo, como alguém pode reputar a Venezuela uma democracia. Para mim, Maduro é um ditador sanguinário, tanto é assim, que o denunciei ao TPI (Tribunal Penal Internacional). Não obstante as divergências, agrada-me o fato de mais mulheres enfrentarem os desafios da política. Divergências, eu tenho com os candidatos homens também. O fato de eu não concordar com Manuela, ou mesmo com Marina, em nada diminui a legitimidade de suas candidaturas.

A direita deve se unir numa única candidatura para ter mais força?

Eu não vejo muito como fugir de uma aglutinação de forças, seja à esquerda, seja à direita. Até por isso me filiei ao PSL, com o intuito de levar à sigla, que não ostenta escândalos de corrupção, alguma ponderação em determinados assuntos.

O que a senhora acha da iniciativa do Facebook de se unir a agências de fact checking para diminuir a propagação de fake news nas eleições? O MBL, por exemplo, diz que isso é uma manobra para diminuir a força da direita nas eleições e até chama de censura.

Quanto à possível censura do Facebook, penso que seja uma realidade, na medida em que só vêm sendo consideradas fake as postagens mais alinhadas com a direita.

Caso a senhora não seja vice de Bolsonaro, já escolheu um candidato? Flavio Rocha seria uma boa opção de vice para o PSL?

Estou como todos os brasileiros, vou observar a campanha [risos]. Somente o próprio candidato pode falar sobre seu vice...