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Para "Time", criadora do #Metoo é uma das pessoas mais influentes do mundo

Tarana Burke posa ao lado de Michelle Williams no Globo de Ouro  - Getty Images
Tarana Burke posa ao lado de Michelle Williams no Globo de Ouro Imagem: Getty Images

Da Universa

19/04/2018 13h46

Fundadora do #MeToo ("eu também", em tradução livre do inglês), a americana Tarana Burke foi escolhida pela revista americana "Time" como uma das cem pessoas mais influentes do mundo, na categoria "ícone". A tradicional lista foi divulgada nesta quinta-feira (23) e trouxe seis capas comemorativas. Uma delas, com Tarana. 

Foi graças ao movimento criado em 2006 que mulheres do mundo inteiro passaram a revelar no Twitter os assédios e abusos sexuais de que foram vítimas ao longo da vida. O movimento, que já conta com mais de 500 mil denúncias, foi iniciado pela atriz Alyssa Milano, após surgirem relatos de colegas como Angelina Jolie, Cara Delevingne e Gwyneth  Paltrow -- todas agredidas pelo produtor de cinema Harvey Weinstein. A hashtag apontou também os abusos sofridos por Lady Gaga, Anna Paquin e Debra Messing.

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Crescida e criada no Bronx em Nova York (EUA), Tarana atualmente é diretora sênior da "Girls for Gender Equity", uma organização sem fins lucrativos no centro de Brooklyn, que tem como objetivo criar oportunidades de emprego e estudo para jovens mulheres.

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Tarana participou da edição de 2018 do Globo de Ouro, que trouxe um dos maiores protestos contra os assédios e abusos sexuais praticados em Hollywood. Para representar o momento, atrizes e ativistas vestiram trajes pretos. Na época, Natalie Portman foi um pouco além e cutucou o júri ressaltando que todos os indicados a Melhor Diretor eram homens.

Cerca de metade das menções à hashtag #MeToo, desde que o movimento foi criado, veio de fora dos EUA. Acusações de casos que ocorreram há décadas levaram à queda de alguns dos homens mais poderosos dos EUA, Reino Unido, Israel, Itália, França África do Sul, Canadá, Peru e Índia. 

Em 2017, vítimas e denunciantes de assédio sexual que motivaram a campanha foram escolhidas como as personalidades do ano pela revista americana. Símbolos da campanha: Ashley Judd (atriz), Taylor Swift (cantora), Isabel Pascual (lavradora), Adama Iwu (lobista) e Susan Fowler (ex-engenheira do Uber) estamparam a capa.

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Meghan Markle, noiva do príncipe Harry, também aparece na categoria "líderes", assim como o herdeiro do trono do Reino Unido.

A cantora Jennifer Lopez, a atrizes Nicole Kidman e Tiffany Haddish e a guru de negócios Satya Nadella também ganharam capas com seus rostos.

Dividida em grupos, na seção “artistas” foram escolhidos: Nicole Kidman; Millie Bobby Brown, estrela de “Stranger Things”; Gal Gadot, a Mulher-Maravilha; Lena Waithe, como a primeira mulher negra a ganhar o prêmio na categoria Melhor Roteiro pela série “Master of None” em 2017; o diretor Guillermo del Toro, que ganhou o último Oscar por “A Forma da Água”; e o ator Hugh Jackman.

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Entre os "ícones" estão a cantora J. Lo; Chadwick Boseman, o Pantera Negra; Rihanna; e a atriz chilena trans Daniela Vega, que estrelou “Uma Mulher Fantástica”, o primeiro longa do país a ganhar o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro.

A lista é publicada desde 1999 e é escolhida pelos editores da revista, após sugestões de pessoas indicadas em anos anteriores e pela equipe da publicação.

Veja a lista completa abaixo:

Pioneiros:

Tiffany Haddish, atriz; Cardi B., rapper; Kumail Nanjiani, comediante; Nice Nalantei Leng'Ete, ativista dos direitos das mulheres no Quênia; Chloe Kim, snowboarder; Carl June, médico que pesquisa tratamentos contra o câncer; Jan Rader, chefe de bombeiros; Peggy Whitson, astronauta; Issa Rae, atriz; Bhavish Aggarwal, empresário indiano; Jesmyn Ward, escritora americana; Ruth Davidson, política; Whitney Wolf Herd, empresária; Marica Branchesi, astrofísica; An McKee, cientista;Trevor Noah, apresentador; Jian-Wei Pan, físico; Cameron Kasky, Jaclin Corin, David Hogg, Emma González e Alex Wind, sobreviventes do massacre da escola de Parkland, na Flórida.

Líderes:

Satya Nadella, CEO da Microsoft; Donald Trump, presidente dos Estados Unidos; príncipe Harry; Meghan Markle, atriz e noiva de Harry; Carmem Yulín Cruz, prefeita de San Jose, em Porto Rico; Mohammad bin Salman, príncipe herdeiro da Arábia Saudita; Sadi Khan, prefeito de Londres; Justin Trudeau, primeiro-ministro do Canadá; Xi Jiping, presidente da China; Sean Hannity, comentarista político; J.J. Watt, jogador de futebol americano; Robert Mueller, ex-diretor do FBI que investiga as ligações entre Trump e a Rússia; Kenneth C. Frazier, CEO da Merk & Co., Nancy Pelosi, política americana; Kim Jong Un, líder da Coreia do Norte; Leo Varadkar, político irlandês; Emmerson Mnangagwa, presidente do Zimbábue; Jacinda Arden, primeira-ministra da Nova Zelândia; Savannah Guthrie e Hoda Kotb, jornalistas e apresentadoras; Shinzo Abe, primeiro-ministro do Japão; Sheik Hasina, primeira-ministra de Bangladesh; Jeff Sessions, procurador-geral dos Estados Unidos; Moon Jae-In, presidente da Coreia do Sul; Emmanuel Macron, presidente da França; Mauricio Macri, presidente da Argentina; Scott Pruitt, político americano; e Haider al-Abadi, primeiro-ministro do Iraque.

Artistas:

Nicole Kidamn, atriz; Hugh Jackman, ator; Gal Gadot, atriz; Ryan Coogler, diretor e produtor; Sterling K. Brown, ator; Millie Bobby Brown, atriz; Kehinde Wiley, pintor; Christian Siriano, estilista; Lena Whaite, atriz e produtora; Greta Gerwig, diretora; Roseanne Barr, atriz; Shawn Mendes, cantor; Guillermo del Toro, diretor; Deepika Padukone, atriz; JR, fotógrafo e artista plástico; Jimmy Kimmel, apresentador; Judy Chicago, artista feminista e escritora; e John Krasinski, ator e diretor.

Ícones:

Jennifer Lopez, atriz e cantora; Chadwick Boseman, ator; Rihanna, cantora; Adam Rippon, patinador olímpico; Tarana Burke, fundadora do movimento #MeToo; Cristina Jiménez, fundadora de organização voltada para ajudar jovens imigrantes; Janet Mock, escritora e ativista dos direitos dos transgêneros; Kesha, cantora; Kevin Kwan, escritor; Jodi Kantor, Megan Twohey e Ronan Farrow, jornalistas que revelaram as acusações contra Harvey Weisntein; Maxine Waters, política; Sinta Nuriyah, ex-primeira dama da Indonésia; Rachael Denhollander, ex-ginasta; Daniela Vega, atriz trans; Virgil Abloh, designer de Gana; e Christopher Wilye, delator do escândalo envolvendo o Facebook e a Cambridge Analytca.

Titãs:

Roger Federer, tenista; Oprah Winfrey, apresentadora; Jeff Bezos, CEO da Amazon; Cindy Holland, vice-presidente de conteúdo original da Netflix; Kevin Durant; jogador de basquete; Elon Musk, empresário e CEO de várias companhias; Sonia Friedman, produtora de teatro inglesa; Giuliano Testa, médico especialista em transplantes; Masayosh Son, empresário japonês e CEO da SoftBank; Elizabeth Diller, arquiteta; Virat Kholi, jogador de críquete e capitão da seleção indiana; Adam Neumann, empresário e CEO da WeWork; Pony Ma, magnata chinês; José Andrés, chef de cozinha.

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