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Isabella Rossellini não vai denunciar estuprador: 'Destruiria a vida dele'

Isabella Rossellini - Astrid Stawiar/Stringer/Getty Images
Isabella Rossellini Imagem: Astrid Stawiar/Stringer/Getty Images

Da Universa

17/04/2018 17h26

Apesar de entender a importância do movimento #MeToo (eu também, na tradução livre), a atriz e modelo Isabella Rossellini decidiu que não vai revelar o nome do homem que a estuprou. “Eu entendo que, para muitas pessoas, é importante falar sobre as próprias experiências. Contudo, para mim, não tem importância”, disse a artista ao portal de notícias americano Vulture.

“Eu fui estuprada com 15 ou 16 anos. O abusador era um ano mais velho que eu. Por que eu iria trazer essa história à tona 48 anos depois? E se as pessoas começarem a dizer que eu preciso revelar o nome dele? Eu nem sei o que aconteceu com ele. Ele pode estar casado, pode ter filhos. Eu sou uma estrela na Itália. Se eu revelar quem fez isso comigo, vou destruí-lo”, explicou a artista.

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Parte do motivo que levou a atriz de "Veludo Azul" a tomar essa decisão foi o fato de os tempos terem mudado. “Esse homem me machucou em um contexto de uma cultura que estamos todos tentando mudar. Eu não acho que devo apontar o dedo para uma pessoa e destruir a vida dela porque ela me fez mal em outro momento. Não tenho coração para isso”, concluiu.

Apesar da decisão de não levar a denúncia adiante, Isabella deixou claro que acha o movimento super importante. “Para mim, o mais interessante é como o #MeToo mostrou a todos como nós, mulheres, somos diminuídas das mais diversas formas. O estupro é uma forma de machucar que todo mundo reconhece. No entanto, há outras formas. Poderia ser seu chefe dizendo que sua saia caiu bem em você. É um elogio, mas você se sente diminuída. Ouvir mulheres de todas as idades contanto suas histórias e mostrando como os homens podem ser desonestos é inspirador”.

A postura de Isabella contrasta com a de muitas de suas colegas, principalmente com Catherine Deneuve. No entanto, ela prefere seguir a própria decisão. “É tão complicado. Estou feliz por estarmos falando sobre essas questões, porque todas as mulheres foram perseguidas, mas isso nunca foi discutido antes”.