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Redes sociais podem ser mais nocivas para meninas do que para meninos

As meninas apresentaram níveis de felicidade inferiores aos garotos e, ao longo dos anos, elas também demonstraram maiores dificuldades emocionais e sociais do que eles - IStock
As meninas apresentaram níveis de felicidade inferiores aos garotos e, ao longo dos anos, elas também demonstraram maiores dificuldades emocionais e sociais do que eles
Imagem: IStock

da Universa, em São Paulo

21/03/2018 13h19

Crianças que já usam mídias sociais podem ter seu bem-estar psicológico reduzido na adolescência — e o efeito das plataformas em meninas é maior do que em meninos. Esta é a conclusão de um estudo publicado pela Universidade de Essex, no Reino Unido, que coletou dados de quase 10 mil famílias na terra da rainha entre 2009 e 2015.

As crianças envolvidas na pesquisa tinham em torno de 10 anos no início da investigação e 15, ao final. O estado mental deles foi avaliado nas duas fases: a felicidade que sentiam em diversas áreas de suas vidas — escola, família, amigos, etc. —, além dos desafios sociais e emocionais que enfrentavam.

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No período avaliado, meninas usaram mídias sociais com uma frequência maior do que meninos — e sua saúde mental pode ter sofrido por causa disso. Aos 10 anos, 10% delas passaram pelo menos uma hora por dia nas redes, enquanto 7% deles fizeram o mesmo.

Aos 15 anos, a disparidade cresceu: 43% das meninas usavam ao menos uma hora por dia, enquanto 31% deles também ficavam online pelo mesmo intervalo de tempo.

Enquanto aos 10, as meninas apresentaram níveis de felicidade inferiores aos garotos, ao longo dos anos elas também demonstraram maiores dificuldades emocionais e sociais do que eles. Apesar de a relação de causa e efeito não ter sido linearmente estabelecida, os autores do estudo acreditam que a chave da questão pode ser a forma com que garotas usam as redes.

Meninas tendem a fazer mais comparações entre si e com os outros. Já os meninos, apontam os pesquisadores, usam o tempo online para investir em jogos, por exemplo.

Segundo Cara Booker, autora da pesquisa, passar muitas horas online é que seria mesmo problemático. "Claro que os jovens precisam de acesso à internet para a lição de casa, assistir TV e conversar com os amigos. Mas eles provavelmente não precisam de duas, três horas conversando, compartilhando e se comparando uns com os outros nas mídias sociais todos os dias".