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Mulher alega ter sido demitida de supermercado nos EUA por ser trans

Uma mulher trans acusa supermercado onde trabalhava nos EUA de transfobia - Getty Images
Uma mulher trans acusa supermercado onde trabalhava nos EUA de transfobia Imagem: Getty Images

do UOL, em São Paulo

29/12/2017 11h54

A americana Charlene Bost, de 46 anos, entrou com um processo nesta quarta, 27, contra o supermercado onde trabalhava e do qual foi demitida em 2015. O motivo? Ela aponta que o motivo para o seu desligamento do quadro de funcionários foi transfobia.

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Charlene foi contratada pelo Sam's Club de Kannapolis, na Carolina do Norte, em 2004, quando ainda não havia feito sua transição de gênero. De acordo com documentos judiciais obtidos pelo site "Buzzfeed News", ela era considerada uma "profissional exemplar" e foi promovida durante este período.

Em 2008, a ex-funcionária iniciou sua transição, que se completaria em 2010 — quando ela passou a expressar totalmente sua identidade de gênero e a, finalmente, vestir roupas femininas, por exemplo. 

Alguns colegas de trabalho foram receptivos à transição de Charlene, porém, outros passaram a assediá-la moralmente e a tratá-la como "anormal", além de outras ofensas, de acordo com o processo. Entre os agressores estavam seu chefe, que chegou a se referir a ela como "isso". 

"Além disso, em diversas ocasiões, ele iniciou contato físico não-consensual com a senhorita Bost — inclusive, deliberadamente, esbarrando nela para que ela pudesse sentir o corpo dele contra o dela, apertando-a em espaços pequenos para que ele pudesse pressionar seu corpo contra o dela e ter uma desculpa para tocar sua bunda, colocar sua mão sobre a dela", diz o texto obtido pelo "Buzzfeed News".

À época, Charlene Bost fez diversas reclamações formais à empresa sobre discriminação, mas, de acordo com os autos do processo, a empresa tratou as queixas como "triviais" e "incidentes isolados". A funcionária teria também sofrido retaliação por parte dos agressores, que a acusaram de ser "desrespeitosa" em sua atitude e comportamento. 

O Walmart, que é dono da rede Sam's Club, afirmou ao site em comunicado que "mantém uma forte política anti-discriminação" e apoia a "diversidade e a inclusão" em sua força de trabalho. Além disso, a companhia disse discordar das alegações de Charlene e que seu desligamento aconteceu por motivos de performance.

O processo pede que o Sam's Club e o Walmart adotem políticas que ofereçam oportunidades iguais para funcionários trans, que as empresas sejam impedidas de discriminar estes trabalhadores em seus quadros e, por fim, uma indenização à Charlene Bost.