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Longevidade

Práticas e atitudes para uma vida longa e saudável


Guinada aos 70 anos: idosos contam como se mantêm mais ativos do que nunca

Gabriela Guimarães e Marina Oliveira

Colaboração para o UOL

31/10/2017 04h00

Atividades físicas, intelectuais, artísticas… Depois dos 70 anos, muita gente descobre que é possível continuar produzindo, tendo bons resultados e, o melhor de tudo, com muita energia e diversão. A seguir, veja a história de três idosos que se redescobriram na Terceira Idade.

Nadadora competitiva

“Não imaginava participar de competições esportivas nesta idade, muito menos conseguir uma quinta colocação nos 50m nado livre do estado de São Paulo. Eu sou professora de Educação Física aposentada, mas entrei nessa equipe mais ou menos por acaso. Eu estava fazendo hidroginástica, por recomendação médica. Tive um professor excelente e percebi que conseguia ter resultados na piscina. Daí, vi um anúncio sobre o Jotisa (Jogos da Terceira Idade de Santo André). Pesquisei e a prova na minha faixa etária era de 25m, coisa que eu tinha certeza que poderia fazer. Fiz a inscrição, participei da prova e fui chamada para integrar a equipe de Santo André. Desde então, sou muito mais alegre e divertida.

Nurimar - Reprodução/Arquivo pessoal - Reprodução/Arquivo pessoal
Imagem: Reprodução/Arquivo pessoal

No meu primeiro ano de participação, tinha uma senhorinha que ia de bengala de quatro pontas até a beirada da piscina. No sinal, ela mergulhava e as pessoas levavam a bengala para a outra margem. Nessa última participação, tinha senhoras fazendo 600m de corrida ou caminhada na pista de atletismo com mais de 90 anos e uma com 102 anos! Isso deixa qualquer um entusiasmado e ainda acreditando que podemos fazer muito mais.” Nurimar Conceição Martins, 72 anos, aposentada.

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Futuro bacharel em Direito

João Netto - Reprodução/Arquivo Pessoal - Reprodução/Arquivo Pessoal
Imagem: Reprodução/Arquivo Pessoal

“Eu acredito que o homem tem que dar exemplos, deixar um legado para sua família, amigos e vizinhos. Por isso decidi ter a minha primeira formação superior agora. Quatro anos atrás, decidi terminar o Ensino Médio pelo EJA [Educação de Jovens e Adultos], no Sesc de Londrina, e prestei vestibular. Escolhi o curso de Direito para entender melhor a sociedade onde estou inserido. Não foi difícil, porque eu sempre li muito, para adquirir conhecimentos diferentes. Eu trabalho desde muito cedo, já tive confecção e também trabalhei com recuperação de automóveis. Foi assim que construí minha família. Sou casado há 51 anos e tenho cinco fihos.

Todos já formaram suas próprias famílias. Agora estou no sétimo semestre da faculdade, ano que vem eu me formo. Alguns dos meus filhos que ainda não tinham curso superior resolveram voltar a estudar após eu me matricular na faculdade. As primeiras provas foram difíceis, a rotina também mudou, porque eu nunca deixei de trabalhar. Mas acredito que criamos e superamos as dificuldades. Tenho um neto e uma neta que também estão cursando Direito. Por enquanto, quero me tornar bacharel. Mas dependendo do meu estado de saúde, vou querer conquistar a OAB. Não quero ganhar dinheiro, mas ajudar a quem precisa.” João Costa Netto, 70 anos, aposentado.

De dançarina a miss

“Eu parei de trabalhar aos 65 anos e comecei a fazer o que gostava: caminhada, natação, viagens. E até curso de modelo! Eu não sabia me vestir direito, só usava camiseta larga. Eu sou muito simples. Mas então fui aprender. Nossa, a minha autoestima foi lá para cima. É muito legal, porque somos um grupo da terceira idade no curso e desfilamos em vários locais. 

Balbina - Reprodução/Arquivo pessoal - Reprodução/Arquivo pessoal
Imagem: Reprodução/Arquivo pessoal

Aos 70 anos, eu fui escolhida miss do clube Associação, em São Bernardo do Campo, e fui representar o local no concurso de miss terceira idade da cidade. Dança eu já faço há 17 anos, mas recentemente eu entrei numa aula de dança coreografada. Cheguei até a ganhar concurso! Hoje em dia, só faz tricô quem não quer sair de casa. Eu já fiz muitas corridas também, tenho algumas medalhas de participação. As que eu mais corro são as de 10 km. Quem quer qualidade de vida, tem que fazer exercício, para não ficar vegetando.” Balbina Gregória de Jesus Silva, 78 anos, aposentada.