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Juliana Alves exibe vídeo de seu parto normal para encorajar mais mulheres

Do UOL

06/10/2017 19h01

Mãe há quinze dias, Juliana Alves compartilhou um vídeo e detalhes do parto normal de sua primeira filha. Antes do nascimento na maternidade, a atriz contatou sua obstetra e uma doula para que elas iniciassem os exercícios pré-parto em sua própria casa, e assim facilitasse a chegada de Yolanda. O diretor e marido da artista, Ernani Nunes acompanhou todo o processo.

Após quase 12 horas de trabalho de parto, a pequena veio ao mundo no dia 21 de setembro, às 12h45, com 49,5 cm de altura e pesando 3,5 kg.

“Uma hora da manhã a bolsa estourou e começamos exercícios na bola, massagens, banho quente, o que fosse preciso para me preparar e para irmos para maternidade apenas quando estivesse muito próximo do trabalho de parto ativo, o parto propriamente dito...Mas no meu caso, não houve este tempo, porque as contrações já vieram muito intensas e eu confesso que me assustei um pouco.

Não consegui pegar minha roupa, bolsa, não conseguia mais fazer nada... Meu marido pegou minha roupa, a doula me ajudou a vestir enquanto ele colocava tudo às pressas no carro e fomos.

Gritava a cada contração, a caminho da maternidade em intervalos de menos de cinco minutos".

"Chegando lá, encontramos nossa obstetra que já estava tudo como combinado previamente, em um plano de parto o mais humanizado possível dentro de uma maternidade (uma sala com banheira, o tal gancho que eu sabia que usaria no teto pra eu puxar um pano, enquanto fazia força, pouca luz, conversa prévia com pediatra).

E minhas contrações foram se intensificando e os intervalos diminuindo. Não achava nenhuma posição menos dolorosa, não existia um jeito... a gente tinha que descobrir ali.

Eu havia ‘aprendido’ como respirar, mas na hora da dor intensa, parecia que eu não sabia nada..."

Juliana relata que neste momento ingressou na “partolândia” e sua consciência se dividia entre o espaço físico e um outro mundo que ela precisava acessar para se concentrar no que importava e buscar forças.

"Passaram-se horas de contrações fortíssimas e a minha obstetra me orientava como conduzir a respiração e como fazer a força certa para ajudar minha filha a descer... Era uma voz firme e segura que me chamava para responsabilidade e me lembrava que ‘quem faz o parto sou eu’, eu tinha que parir.

Também tinha uma vozinha doce e fraternal, da assistente dela que dizia como poesia ‘traz ela para gente, traz a Yolanda, traz, Ju’.

E minha doula Luciana, era quem cuidava de entender o que o meu corpo pedia, quando eu não conseguia ser clara com as palavras, dizia com sua voz suave palavras de incentivo e cumplicidade e cuidava para minha natureza permitir que tudo fluísse bem. Às vezes, quando um pensamento de dúvida se eu conseguiria, vinha, ela chegava junto me lembrando que força necessária para isso, vem dessa minha natureza. E que era muito importante deixar a natureza agir".

A chegada de Yolanda

"Já era de manhã, eu olhava pro relógio e parecia estar sonhando, eu tinha uns ‘desmaios’ de exaustão e nessa hora, o meu marido, que desde o início estava super presente e participativo, começou a falar mais alto, me tocar mais e praticamente respirar junto comigo".

Era preciso a dor a nosso favor

"Fizemos diversas posições, na banheira, de cócoras, semi-deitada, puxando pano amarrado no teto e no final, pari com ‘mix de todas as posições’, em uma engenharia muito louca e eficiente para mim, encontrada depois de horas e horas de trabalho intenso de parto.

Quando já tinha a dilatação necessária para minha filha sair, eu achava que não teria mais condições de suportar a dor das contrações e continuar a usar a força para conduzi-la. Nessa hora, minha mão direita agarrava a blusa do Ernani, a esquerda agarrava uma barra e a mente agarrava o amor pela vida dela e o desejo de trazê-la ao mundo. E é esse amor que faz você finalmente entender tudo.

A dor parece mesmo insuportável. Mas não é. Na hora que escutei ‘já estamos vendo a cabecinha dela, Ju. Nossa! Como ela é cabeluda!...Vai Ju’.
Fui de vez pra ‘partolândia’ e não senti mais dor nenhuma dor. Entendi o que é usar a dor ao favor (alguém já tinha colocado nossa playlist pra tocar. E nessa hora, tocava a música ‘Iolanda’ versão ‘A Quatro Vozes’).

Ernani conseguiu se desgarrar do meu apertão e a médica liberou Yolanda e ele terminou de retirá-la. Como combinado com a pediatra, ele trouxe ela para os meus braços e eu tive finalmente recompensa que minimizou todas aquelas horas de dor, fez valer todos os meses e até anos de espera. Valeu cada minuto! Para sentir a pele dela encontrar meu colo e sua boca encontrar meu seio ainda com o cordão nos unindo. Ali ficamos unidas por um bom tempo.

E hoje, minha admiração pelo companheiro que tenho aumentou. Pelas horas de prova de puro amor e dedicação dele no nosso trabalho de parto. 

Compartilho essa experiência e até me exponho mais do que o habitual porque acredito que assim posso encorajar outras mulheres a buscar mais informações para conseguirem ter um parto mais humanizado e saudável para si e para seu bebê.

É claro que sem radicalismo. É importante avaliar cada caso e as necessidades de cada parto. O mais importante é ‘nascer com amor’ e nascer saudável".