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'Não vá com muita sede ao pote': como achar parceiros para sexo a 3

Praticantes de ménage contam como encontraram parceiros para a prática - 1001nights/Getty Images
Praticantes de ménage contam como encontraram parceiros para a prática Imagem: 1001nights/Getty Images

Giulia Fontes

Colaboração para o UOL

27/04/2023 04h00

Fazer sexo a três é um fetiche presente no imaginário de muitos. Na hora de concretizar o desejo, porém, os interessados em fazer o famoso ménage à trois ainda esbarram em tabus. Como abordar possíveis parceiros sem correr riscos?

Não há regras: cada um tem uma experiência diferente. Em alguns casos, as oportunidades aparecem para quem está atento e aberto a novidades.

Foi o que aconteceu com Letícia*, de 31 anos. Na primeira vez que ela fez sexo a três, tudo aconteceu pela curiosidade. "Eu já ficava com duas pessoas diferentes e via uma abertura para algo assim, então propus", diz.

Após a estreia, vieram várias experiências, com mais duas mulheres e também com um homem e uma mulher. "Nunca foi algo que eu planejei. Mas sempre rolou com quem eu já ficava, nunca com um total desconhecido", conta.

Como fazer o convite pessoalmente

A própria Letícia admite que pode ter sido sortuda em suas experiências: em muitos casos, os interessados no ménage precisam buscar mais ativamente seus parceiros. João, 30 anos, é bartender e já ouviu muitas conversas sobre o tema.

"Quando a gente trabalha como bartender acaba vendo e escutando muitas coisas. Vê até alianças de compromisso sumindo durante a noite", conta.

O próprio João já participou de experiências de sexo a três em quatro ocasiões, todas com casais de mulheres. Segundo ele, o mais importante é estabelecer uma conexão com a pessoa antes de fazer o convite. Oferecer um drink e conversar são táticas que ajudam a saber mais sobre o possível parceiro e entender se rola um clima de flerte.

"Acho que fica tudo mais fácil quando você conhece a pessoa antes, tem alguma referência. Já vi muitos colegas de trabalho combinando coisas assim em festas corporativas."

Se a ideia é buscar pessoas desconhecidas, casas de swing podem ser alternativas para o contato offline, já que são ambientes mais livres e com gente de cabeça aberta.

Tem vergonha? Apps podem ser alternativa

Se você não se sente confortável em chamar alguém presencialmente, outra opção podem ser os aplicativos. Há plataformas voltadas especificamente para quem está interessado em ménage, como o Feeld e o Ysos.

Mayumi Sato, diretora de comunicação do Ysos, conta que a principal diferença do app na comparação com outras plataformas de encontros é a privacidade. Para não expor ninguém, é possível criar um perfil com fotos sem rosto. Se rolar um match, você pode pedir acesso à galeria da privada daquela pessoa ou casal.

Segundo ela, o Ysos usa inteligência artificial para identificar possíveis contas fake, comparando fotos disponibilizadas pelos usuários com as disponíveis na internet. O app tem 1,2 milhão de cadastros: 45% são perfis de casais, 25% de homens solteiros, 20% de mulheres solteiras e 10% de crossdressers e travestis.

"Todo mundo ali quer a mesma coisa: sexo e ménage. Não tem aquela confusão de você estar em um aplicativo tradicional e as pessoas te julgarem por você estar procurando isso", diz Sato.

Não tenha pressa e converse abertamente

Depois que o match já rolou, no mundo real ou virtual, alguns cuidados são importantes para que a experiência seja boa para todos.

Quem já é adepto do ménage diz que a conversa entre os parceiros é essencial. "É como em qualquer sexo. É preciso conversar, entender o que a outra pessoa gosta ou não gosta. São três pessoas, e as três têm que estar envolvidas. Não pode acontecer de dois ficarem brincando e o outro ficar de fora", afirma Letícia.

João diz que o sexo a três pode ser um momento de "muita informação". "Então, para não ser desagradável para ninguém, é importante entender o ritmo de cada um", conta.

No caso dos encontros marcados online, Sato afirma que valem os mesmos cuidados já recomendados para outros aplicativos.

"A gente sempre sugere que as pessoas marquem um primeiro encontro em um lugar público e só depois vão para algum local mais íntimo. O segredo é não ir com muita sede ao pote: se for necessário, marque dois encontros. Ir com pressa é a pior coisa", diz.

Outra dica é aprofundar o contato virtualmente, fazendo ligações de vídeo e falando com o possível parceiro por voz.

"Eu sei que a gente não pode ser tão otimista a ponto de achar que as pessoas têm facilidade em falar sobre limites e preferências. A gente tem dificuldade em falar disso com marido e esposa, imagina com uma pessoa nova. Mas o importante é estabelecer o contato e deixar o canal de diálogo aberto para o caso de alguém mudar de ideia ou se sentir desconfortável", completa Sato.

* Os nomes dos entrevistados foram trocados pela reportagem para proteger sua privacidade.

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