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Mês do Orgulho LGBTQ+

Manifestação alternativa critica em Nova York comercialização da Parada Gay

Prefeito de Nova York Bill de Blasio participa da Parada do Orgulho Gay - Reuters
Prefeito de Nova York Bill de Blasio participa da Parada do Orgulho Gay Imagem: Reuters

30/06/2019 15h42

Milhares de pessoas foram às ruas de Nova York neste domingo para percorrer o mesmo caminho feito pelos manifestantes que participaram da parada do Orgulho LGBTI de 1970, um protesto que tem como objetivo criticar a comercialização do movimento e a postura do governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Com as tradicionais bandeiras com cores do arco-íris, gays de Nova York e da Flórida, transgêneros do México e do Peru, além de heterossexuais apoiadores da causa, vestidos com as mais diferentes fantasias, marcharam pelas ruas da principal cidade americana para defender a continuidade da luta pelos direitos do LGBTI, mas com um olhar crítico.

"Justiça ou grandes empresas? Essa é a escolha que devemos fazer neste domingo", disse à Agência Efe Bill Bobs, um dos organizadores da manifestação alternativa, antes do início da parada oficial do Orgulho Gay de Nova York, que começará às 12h no horário local (13h em Brasília) e que é patrocinada por grandes multinacionais.

Os manifestantes se concentraram na rua Christopher, onde está o bar Stonewall, local onde o movimento LGBTI começou a se organizar há 50 anos, e foram até o Central Park, o coração de Nova York.

Batizada como "Queer Liberation March", a manifestação critica a presença de trios elétricos patrocinados por grandes empresas na parada oficial e a presença da polícia. O objetivo, segundo a organização, é "recuperar o espírito" da luta LGTBI que começou após os incidentes no Stonewall.

"(As companhias) fizeram isso porque se deram conta de que as pessoas estão famintas por continuar lutando", explicou à Efe Ann Northrop, outra das organizadoras do evento alternativo.

Parada do Orgulho Gay em Nova York - AFP - AFP
Imagem: AFP

Jack Liebermann, de 69 anos, que participou em 1970 da primeira Parada do Orgulho em Nova York para comemorar o primeiro aniversário da revolta de Stonewall, que ocorreu em 28 de junho do ano anterior, também compareceu ao movimento de hoje..

"Se passaram 50 anos e é importante estar aqui para continuar lutando", disse Liebermann.

Com cartazes em várias línguas, os participantes do movimento exigiam a mesma coisa: igualdade.

"É hora de acabar com os abusos e atropelos com a comunidade LGBTI. A maioria das pessoas que estão aqui são mulheres trans, latinas, imigrantes sem documentos. A única coisa que pedimos é proteção e garantia para os nossos direitos", disse Liam Winslet, do Coletivo Intercultural Transgredindo.

"O World Pride (o evento principal) foi e continua sendo algo comercial. As pessoas acham linda a Parada do Orgulho, mas não se dão conta da realidade", criticou Winslet.

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