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Indústria de commodities precisa promover mais mulheres

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Imagem: iStock

Andy Hoffman e Mark Burton

Da Bloomberg

27/03/2019 17h54

Mais precisa ser feito para que a indústria de commodities acolha mulheres jovens que toleram menos a cultura sexista que as colegas mais velhas enfrentaram, disseram executivas do comércio, de bancos e mineradoras.

"Não é o Lobo de Wall Street, mas é um ambiente difícil", disse Wendy Moss, veterana no Trafigura Group, no encontro FT Global Commodities Summit em Lausanne. "Se você estiver preparada, pode ser uma carreira muito satisfatória".

As mulheres representam menos de 5% dos cargos de gestão sênior nas maiores tradings de commodities, conforme mostrou a Bloomberg no ano passado, e as empresas têm sofrido pressão para melhorar as diferenças de gênero. A indústria tem incomodado com decisões de empresas como a Gerald Metals de promover eventos no Playboy Club em Londres, um cassino conhecido por ter mulheres vestindo collant de cetim preto decotado e caudas felpudas para servir bebidas e dançar para os convidados.

A Gerald disse, no ano passado, que não iria usar o clube como local para a festa da LME Week deste ano, mas a diretora operacional do grupo, Pat Crepeault, na quarta-feira, defendeu escolhas passadas de usar a casa noturna por causa da localização conveniente no bairro de Mayfair.

"O fato de a casa ter coelhinhas Playboy nunca me preocupou," ela disse.

Crepeault e outra mulher, Min Zhang, foram nomeadas para cargos de diretoria da Gerald em meio à controvérsia do Playboy Club, mas Crepeault disse a empresa não acredita que metas difíceis para promover mulheres sejam a melhor forma de facilitar a mudança.

Vida noturna desagradável

A Bloomberg Businessweek reportou este mês a cultura de assédio sexual na Lloyd's of London, o que levou a icônica empresa londrina a anunciar proibição de comportamento inapropriado. As atividades noturnas da maioria dos eventos como a LME Week tem levado mulheres a não ver com bons olhos algumas empresas. Jovens recém-formadas talentosas entrando no mercado de trabalho na era pós-#MeToo não toleram o comportamento que as mulheres mais velhas aceitavam como preço por fazer o trabalho do mundo masculino.

"A geração mais nova tem opiniões diferentes", disse Moss, que é a chefe de gestão de estratégia e desenvolvimento da Trafigura. "Como uma indústria e uma empresa, temos de ir ao encontro dessas jovens.

Repórteres da matéria original: Andy Hoffman em Genebra, ahoffman31@bloomberg.net;Mark Burton em Londres, mburton51@bloomberg.net