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Nova Jersey adota medida por mais mulheres em conselhos

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Imagem: iStock

Jeff Green e Andrea Vittorio

Da Bloomberg

21/12/2018 20h14

Um novo projeto de lei da legislatura de Nova Jersey exigiria que muitas empresas de capital aberto com sede no estado tenham pelo menos três mulheres no conselho até 2021. A medida é a primeira a imitar uma lei da Califórnia sancionada em setembro e sinaliza a possibilidade de que mais estados sigam o exemplo.

A lei da Califórnia e a proposta de Nova Jersey exigem que empresas de capital aberto domiciliadas no estado tenham pelo menos uma diretora até 2019. As que contam com mais de cinco diretores deverão ter três mulheres até 2021.

"Muitas vezes, o momento em que as leis surgem é algo fundamental", disse a deputada Nancy Pinkin, democrata de Edison. "Acho que este seja um momento em que as coisas estão repercutindo."

Hoje, 42 por cento das empresas de Nova Jersey precisariam mudar a composição de seus conselhos, alocando até 132 assentos para mulheres, segundo estimativas da organização 2020 Women on Boards.

A legislação da Califórnia, que tem o quádruplo de empresas de Nova Jersey, pode abrir até 711 cargos de diretoria para mulheres.

A Câmara de Comércio de Nova Jersey se opõe à medida, assim como o grupo empresarial da Califórnia fez neste estado. "Não há razão para as legislaturas estaduais se envolverem na governança corporativa", disse o presidente da Câmara de Comércio de Nova Jersey, Tom Bracken. "Exigir isso em Nova Jersey só torna o estado menos competitivo do que já é."

Agora que a lei da Califórnia está em vigor, contudo, a Câmara de Comércio da Califórnia não pretende entrar na Justiça para barrá-la, segundo uma porta-voz do grupo. A organização também não foi informada de nenhuma contestação por inconstitucionalidade, algo que o governador Jerry Brown havia dito ser sua principal preocupação.

"Definitivamente, existe uma questão de proteção da igualdade", disse Nicole Crum, sócia do escritório de advocacia Sullivan & Worcester, de Washington. "Mas é difícil imaginar que uma empresa venha a público e faça um litígio a respeito, do ponto de vista de imagem. Para muitas empresas seria ótimo ter a oportunidade de seguir a corrente se já estiverem procurando adicionar mais mulheres, e muitas delas estão."

Massachusetts, Illinois, Pensilvânia e Colorado aprovaram resoluções não vinculantes nos últimos anos, incentivando as empresas a diversificar seus conselhos, segundo análise da Conferência Nacional de Legislaturas Estaduais dos EUA.

Esses tipos de cotas e referências são impopulares nos EUA, onde as mulheres representam metade da força de trabalho e menos de um quarto dos cargos de direção. Mas atingiram seus objetivos na Europa, onde as mulheres ocupam um terço dos cargos de direção em vários países.