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Empresas incrementam benefícios para trabalhadores trans nos EUA

Cerca de 10% das empresas do país pagam pela cirurgia de redesignação sexual - iStock
Cerca de 10% das empresas do país pagam pela cirurgia de redesignação sexual Imagem: iStock

Rebecca Greenfield

Da Bloomberg

06/12/2018 17h45

As empresas passaram a oferecer mais benefícios diante do aperto do mercado de trabalho dos EUA, e cresce rapidamente o número de companhias que apostam na melhoria da cobertura para trabalhadores trans, como a Massachusetts Mutual Life Insurance Company.

Cerca de 10% das empresas pagam pela cirurgia de redesignação sexual, segundo pesquisa da Society for Human Resource Management.

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A Mass Mutual cobre essa cirurgia desde 2014 e está acrescentando subsídios para procedimentos cosméticos, como eletrólise, mastectomia e cirurgia de redução do pomo de adão – um benefício mais raro, oferecido por cerca de 3 por cento das empresas.

"Nosso objetivo era garantir que nossa estratégia de benefícios fosse inclusiva", disse a Dra. Claudia Coplein, chefe do departamento de medicina e bem-estar da MassMutual. "Nossa definição de inclusão realmente evoluiu à medida que a sociedade evoluiu."

Como o mercado de trabalho se tornou mais apertado nos últimos anos, as empresas aumentaram os benefícios oferecidos como forma de atrair e reter trabalhadores. Agora que os jovens da geração do milênio têm idade para ter filhos, a prioridade tem sido os benefícios que facilitam o cuidado de crianças pequenas.

Mas a cobertura para trabalhadores trans também está se tornando mais comum. O número de empresas que pagam pela cirurgia de redesignação de sexo dobrou em relação a 2015, de acordo com a SHRM. No início deste ano, a Starbucks, também em uma onda de benefícios, anunciou uma cobertura ampliada para trabalhadores trans e agora também inclui alguns procedimentos cosméticos.

Os custos médicos de uma transição física aumentam rapidamente: Dana Pizzuti, autora de "Transitioning in the Workplace", disse que gastou US$ 100.000 (cerca de 370 mil reais) do próprio bolso.

Poucos empregados provavelmente usarão esse benefício. Estima-se que seis em cada 1.000 americanos sejam transexuais, e uma porcentagem ainda menor busca atendimento médico relacionado.

No entanto, oferecer essa cobertura também pode transmitir uma mensagem para os trabalhadores trans e outros funcionários. "A questão está entre ter uma atmosfera neutra e uma atmosfera de apoio", disse Thomas Delano, líder de projeto da Boston Consulting Group.

"Se nada for dito, ninguém poderá pressupor que realmente seja seguro tornar pública sua situação no ambiente de trabalho."

Uma pesquisa recente da BCG com mais de 4.000 trabalhadores gays, lésbicas, bissexuais e trans no mundo todo descobriu que 35 por cento deles acham que sair do armário no trabalho poderia prejudicar a própria carreira.

Os trabalhadores transexuais, segundo a pesquisa, tinham menos probabilidade de expor sua situação do que outros trabalhadores LGBT.