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Michael Kors está prestes a comprar Versace por US$ 2 bilhões

Carla Bruni, Claudia Schiffer, Donatella Versace, Naomi Campbell, Cindy Crawford e Helena Christensen no desfile da Versace - Getty Images
Carla Bruni, Claudia Schiffer, Donatella Versace, Naomi Campbell, Cindy Crawford e Helena Christensen no desfile da Versace Imagem: Getty Images

Tommaso Ebhardt, Sarah Syed e Robert Williams

24/09/2018 10h58

A fabricante de bolsas Michael Kors está se aproximando de um acordo para comprar a Gianni Versace depois que a grife italiana famosa por suas criações barrocas atraiu o interesse de vários pretendentes, disseram pessoas familiarizadas com os planos.

A Michael Kors pode anunciar já nesta semana um acordo que avaliaria a Versace em cerca de US$ 2 bilhões, disseram as pessoas, que pediram para não ser identificadas porque as discussões são privadas. Donatella Versace, que ajuda a administrar a empresa com o irmão Santo Versace desde o assassinato do irmão Gianni, em 1997, convocou uma reunião com funcionários para terça-feira para anunciar a venda, segundo duas pessoas familiarizadas com a situação.

A Blackstone Group detém 20% da Versace, que vende suéteres com estampa de leopardo por 2.100 euros (US$ 2.470) e tênis xadrez de 995 euros. A empresa de private equity planeja vender sua participação no acordo, segundo uma pessoa a par da situação.

Um representante da Versace preferiu não comentar a possível transação. Não foi possível entrar em contato com a Michael Kors de imediato. Um porta-voz da Blackstone preferiu não comentar. Embora as negociações estejam em estágio avançado, nenhum acordo final foi fechado, segundo as pessoas.

A Michael Kors, que tem sede em Londres, comprou no ano passado a fabricante de sapatos Jimmy Choo por cerca de 896 milhões de libras (US$ 1,2 bilhão), expandindo-se além de sua marca homônima. Agora, a companhia compete contra a proprietária da Coach, a Tapestry, para construir um império da moda formado por várias marcas nos EUA, nos moldes dos conglomerados LVMH e Kering, que têm sede em Paris.

A Michael Kors, cujas ações são negociadas em Nova York, alarmou os investidores no início do ano ao divulgar um declínio nas vendas do varejo de sua principal marca nas Américas, embora os mercados europeus e asiáticos, que são menores, tenham se saído melhor. As ações se recuperaram desde então, com alta acumulada de 15 por cento no ano, e a Jimmy Choo impulsionou os últimos resultados trimestrais.

A Versace, famosa pelo estilo extravagante e pelo logotipo com uma cabeça de Medusa, contratou o CEO Jonathan Akeroyd em 2016 da Alexander McQueen. A empresa vinha trabalhando em uma abertura de capital, mas as condições do mercado não permitiram concretizar o projeto.

Família Versace

A família Versace, dona de 80% da empresa, continuará fazendo parte do negócio após o possível acordo, disseram as pessoas familiarizadas com a situação. Donatella é diretora criativa e Santo é presidente do conselho.

O jornal italiano Corriere della Sera publicou anteriormente que a Versace poderia ser vendida nesta semana por cerca de US$ 2 bilhões, e que entre os vários grupos interessados estão Michael Kors e Tiffany. LVMH, PVH e Tapestry também avaliaram a Versace nos últimos meses, segundo publicado no domingo pelo jornal Women's Wear Daily.

A Versace registrou receita de 686 milhões de euros e voltou a gerar lucro em 2017, segundo dados fornecidos pela empresa. A marca vem conseguindo o maior destaque em anos desde uma apresentação bem-sucedida em setembro passado na Semana de Moda de Milão. Em uma homenagem a Gianni, Donatella Versace trouxe de volta os visuais mais emblemáticos de suas coleções dos anos 1990, incluindo blusas de seda que misturavam estampas de leopardo com imagens da arquitetura barroca. Ela fechou a coleção caminhando pela passarela de braços dados com modelos da década de 1990, como Carla Bruni e Cindy Crawford.