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Mulheres triunfam em Wall Street sem trabalhar em Wall Street

Sign of Wall Street with flags in the background -
Sign of Wall Street with flags in the background

Liz Capo McCormick e John Gittelsohn

Da Bloomberg

10/08/2018 17h35

Nos EUA, as mulheres que querem trabalhar como gestoras de recursos parecem ter mais sorte com isso longe de Wall Street.

As empresas dos EUA com maior participação de gerentes de portfólio do sexo feminino estão localizadas a milhares de quilômetros de Manhattan, de acordo com uma nova pesquisa da Morningstar.

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A Dodge & Cox e a Charles Schwab – ambas com sede em São Francisco – estão no topo do ranking, com 30 por cento e 28 por cento respectivamente, e a Franklin Resources, com US$ 724 bilhões em ativos até 30 de junho e sede na vizinha San Mateo, Califórnia, está em terceiro lugar.

Acadêmicos, consultores e algumas das mulheres responsáveis por investir os trilhões dessas empresas dizem que alguns dos motivos são os clubes do Bolinha profundamente enraizados, o recrutamento ineficaz, a falta de orientação e a ausência de acesso em plena carreira para mulheres que deixaram o trabalho para cuidar dos filhos no setor na região Nordeste do país.

"Ao classificar as empresas, se vê que algumas têm sede fora do mundo tradicional de Wall Street, onde talvez as empresas tenham se saído melhor desenvolvendo mais mulheres gerentes ou isso foi uma prioridade maior", disse Laura Pavlenko Lutton, diretora de prática de pesquisa sobre gerenciamento para a América do Norte da Morningstar.

A "abordagem aberta" do espírito empreendedor do litoral Oeste também pode ser uma influência, de acordo com Alexis Krivkovich, sócia da McKinsey e diretora do escritório da empresa no Vale do Silício.

Tanto a Dodge & Cox quanto a Charles Schwab Investment Management têm mulheres no cargo de CEO, um fator potencialmente importante para atrair candidatas do sexo feminino.

Trabalho em equipe

A Dodge & Cox, com US$ 309 bilhões em ativos sob gestão, funciona "principalmente como uma meritocracia", escreveu Dana Emery, CEO, presidente e diretora de renda fixa, em um comentário enviado por e-mail. "Nós crescemos discutindo a nossa cultura colaborativa, baseada no trabalho em equipe."

Ter mulheres na diretoria da Schwab "é útil porque serve como um modelo, talvez estabelecendo uma cultura que estimula a diversidade", disse Marie Chandoha, CEO e presidente da unidade de investimentos, que administra cerca de US$ 360 bilhões.

Para montar o ranking a Morningstar combinou a localização da sede das empresas com a proporção de gestoras de fundos comuns de investimento de todas as classes de ativos e estilos de investimento (incluindo passivos e ativos).

Isso excluiu os fundos negociados em bolsa, por isso os percentuais poderiam ser mais altos para líderes de ETF, como a BlackRock, que tem sede em Nova York. Os gestores de portfólios são um importante indicador de diversidade porque seus resultados de investimento mensuráveis determinam a reputação das empresas de fundos.

Os americanos têm cerca de US$ 20 trilhões em fundos de investimento dos EUA e estudos mostram que fundos que têm mulheres participando da gestão aumentaram alguns retornos, portanto, um número maior de mulheres, seja qual for o lugar, é indiscutivelmente positivo.