Vibrador é premiado após ser desclassificado de feira por 'obscenidade'
A diretora-executiva da empresa responsável pelo brinquedo sexual disse que o prêmio havia sido retirado por "preconceito de gênero".
A CES, feira de tecnologia mais importante dos Estados Unidos, excluiu da edição deste ano um brinquedo sexual para mulheres que havia vencido um prêmio de inovação antes do evento público. A decisão gerou uma grande polêmica - a CES foi acusada de preconceito de gênero.
Agora, quatro meses depois, a organização mudou de ideia e decidiu devolver o prêmio ao vibrador Osé. Segundo os fabricantes, ele é o primeiro produto do tipo que não precisa ser manipulado com as mãos.
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Depois de ganhar o prêmio por inovação, a criadora do vibrador, Lora DiCarlo, foi convidada a expor seu dispositivo na feira. No entanto, pouco depois ela foi informada de que haviam cancelado a premiação e que não poderia mostrar seu vibrador na exposição.
Segundo a empresa, a Associação de Tecnologia do Consumidor (CTA, na sigla em inglês), organizadora da CES, justificou a desclassifcação afirmando que "poderia retirar da feira qualquer produto imoral ou obsceno a qualquer momento".
Mas a fundadora e diretora executiva da Lora DiCarlo, Lora Haddock, atribuiu a retirada do produto da feira de "preconceito de gênero".
Ele disse que a organização havia rejeitado o produto focado na sexualidade feminina, deixando na mesma categoria itens relacionados a compras ou escolas infantis.
Em vez disso, a feira "permitiu que a sexualidade dos homens fosse explícita, expondo um robô sexual na forma de uma mulher de proporções irreais e pornografia em realidade virtual", escreveu Haddock.
Segundo a organização do evento, o vibrador não se encaixava na categaoria de robótica da feira.
"Acreditamos firmemente que as mulheres, as pessoas não-binárias e as pessoas LGTBQI devem recuperar seu espaço de prazer com tecnologia", acrescentou ela, na época.
Agora, depois da restituição do prêmio, a organização pediu "sinceras desculpas" a Lora DiCarlo.
"O CTA não gerenciou este prêmio adequadamente", disse Jean Foster, executivo do CTA.
Ele acrescentou: "Isso motivou importantes discussões internas e com consultores externos. Esperamos aproveitar essas lições para continuar melhorando o evento".
Haddock disse que apreciava o "gesto", e que ele serviria para "eliminar o estigma e a vergonha que cercam a sexualidade feminina".
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