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Italianas trabalham 2 meses a mais para ganhar mesmo salário que homens

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Imagem: iStock

da ANSA, em Roma

04/10/2018 09h21

A Oxfam, organização britânica que reúne instituições de combate à pobreza, divulgou nesta quarta-feira (3) pesquisa que mostra que as mulheres que vivem na Itália têm de trabalhar 59 dias a mais que os homens para ganharem o mesmo salário.

"Baixos salários, trabalhos precários e dificuldades na conciliação com a vida particular são as principais causas pelas quais as mulheres vivem uma situação de precariedade trabalhista, que está aumentando na Europa", disse a diretora da pesquisa, Elisa Bacciotti.

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O problema atinge, principalmente, a migrantes, jovens e famílias com apenas um dos pais. O relatório também apontou que uma em cada quatro mulheres no país está subocupada, ou seja, trabalha menos horas do que gostaria.

Do total destes trabalhadores, quatro em cada cinco são do sexo feminino.

O estudo analisou a situação trabalhista de mulheres nos 28 países membros da União Europeia em 2017 e revelou que, ainda hoje, elas recebem salários menores que os homens, além de serem expostas a mais trabalhos precários e ocupadas em funções que não levam em conta suas qualificações e capacidades profissionais. 

O trabalho doméstico é realizado por mulheres em 81% dos casos analisados pelo estudo. Na Itália, mais de 10% das mulheres empregadas estão sob risco de pobreza, ou seja, vivem em um núcleo familiar com renda abaixo do considerado aceitável pelo governo.

O dado, segundo a organização, coloca a Itália entre os países com pior desempenho da União Europeia, considerando que apenas metade da população feminina do país está empregada. A pesquisa também revela que 97% das mulheres italianas cuidam dos próprios filhos, frente a apenas 72% dos homens.

Para solucionar o problema, a Oxfam propõe que o governo italiano introduza incentivos fiscais para que empresas implementem medidas de conciliação entre vida pessoal e trabalho, além de pedir a revisão do sistema tributário, o desencorajamento o trabalho precário, o aumento dos serviços públicos para famílias, como creches e a manutenção de medidas que separam recursos do orçamento para medidas de igualdade de gênero.

Segundo o Fórum Econômico Mundial, a Itália ocupa a 118ª posição em um ranking de 142 países sobre as condições de trabalho feminino.